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Lembrança de Orides

A conhecida quadrinha abaixo, de uma cantiga de roda que alguns de nós já teremos cantado nas ruas da infância, é tomada como epígrafe do livro Helianto (1973), de Orides Fontela:

“Menina, minha menina
Faz favor de entrar na roda
Cante um verso bem bonito
Diga adeus e vá-se embora”

Contextualizada no livro e na densa poesia de Orides, a quadrinha se redimensiona: fala de nosso efêmera ocupação do centro da vida, da necessidade de ali entoarmos nosso canto antes de partirmos para sempre. A quadrinha, cantada por Orides, ganha um halo trágico e duramente belo, soma a voz pessoal e o destino de todos.
Trata-se, enfim, de pontuar nossa passagem pela vida com algum verso bem bonito antes da despedida derradeira. Trata-se, em outras palavras, de justificar o tempo que temos para viver construindo alguma coisa que sirva a alguém.
A menina Orides soube fazer cantar sua entrada na roda da vida em tom ao mesmo tempo alto e meditativo, e o deixou vibrando para nós. Será essa, talvez, a contribuição maior dos poetas: elevar nossa vida à altura que nos fazem chegar suas palavras – mesmo que seja a altura singela de uma cantiga de roda, que Orides registrou, aliás, no modo de seu fatalismo íntimo.
(Deolindo Setúbal, a publicar)

As reflexões contidas nesse texto fazem crer que as mensagens verbais, escritas, faladas ou cantadas,
  • A: significam, por conta da elasticidade das palavras, o que queremos que signifiquem.
  • B: têm seu sentido determinado, em boa parte, pelo contexto que vêm a integrar.
  • C: dependem, para sua alta compreensão, do sentido que lhes define um dicionário.
  • D: independem do uso que delas fazemos, por conta de sua determinação semântica.
  • E: estão sujeitas a uma tal flutuação de sentido que é inútil buscar objetivá-lo nelas.

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