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Foram encontradas 1 questões.
1 Conhecida como “a pior assassina em série daAustrália” em
2 seu julgamento em 2003, Kathleen Folbigg já passou quase 18
3 anos na prisão depois de ser condenada pelo homicídio culposo
4 de seu primogênito Caleb e pelo assassinato de seus três filhos
5 subsequentes, Patrick, Sarah e Laura. As crianças morreram
6 uma após a outra, ainda bebês, ao longo de um período de
7 dez anos. Folbigg foi acusada de ter sufocado todos eles. No
8 entanto, evidências científicas têm dado força a outra narrativa:
9 a de que as crianças morreram todas de causas naturais. E isso
10 pode virar o caso de cabeça para baixo.
11 Na semana passada, 90 eminentes cientistas, defensores da
12 ciência e especialistas médicos entregaram um abaixo-assinado
13 ao governador do Estado de Nova Gales do Sul, pedindo o perdão
14 de Folbigg e sua libertação imediata. [...] O abaixo-assinado
15 denuncia um preocupante abismo, neste caso, entre a ciência
16 e o direito. Ao longo de vários recursos e uma investigação
17 detalhada, que reexaminou as condenações de Folbigg em
18 2019, os juízes australianos rejeitaram categoricamente a noção
19 de dúvida razoável em seu caso, dando mais peso às evidências
20 circunstanciais apresentadas em seu julgamento e às ambíguas
21 anotações escritas em seu diário, nas quais ela falava sobre as
22 crianças e como se sentia diante da ausência delas. “A única
23 conclusão razoável continua sendo que alguém prejudicou
24 intencionalmente as crianças, e o método óbvio era sufocá-las”,
25 disse Reginald Blanch, um ex-juiz que liderou a investigação.
26 “As evidências não apontavam para ninguém além de Folbigg”,
27 observou ele. O governo de Nova Gales do Sul disse ao público,
28 há dois anos, que “nenhuma pedra foi deixada sobre pedra”.
29 Mas a ciência aponta cada vez mais para dúvidas razoáveis
30 sobre as mortes. “A ciência, neste caso, é convincente e não
31 pode ser ignorada”, disse o professor Jozef Gecz, pesquisador
32 e geneticista humano. Por sua vez, a professora Fiona Stanley,
33 pesquisadora infantil e de saúde pública, disse: “É profundamente
34 perturbador que as evidências médicas e científicas tenham
35 sido ignoradas em favor das evidências circunstanciais”. “Agora
36 temos uma explicação alternativa para as mortes das crianças
37 Folbigg”. Essa explicação alternativa está na recente descoberta
38 de uma mutação genética em Kathleen Folbigg e suas duas
39 filhas mortas que os cientistas dizem ser “provavelmente
40 patogênica” e que, acreditam eles, teria causado a morte das
41 duas meninas, Sarah e Laura. Uma mutação genética diferente
42 foi descoberta nos dois meninos, Caleb e Patrick, embora os
43 cientistas reconheçam que mais pesquisas são necessárias
44 aqui. A descoberta inicial do gene mutante das duas meninas,
45 CALM2 G114R, foi feita em 2019 por uma equipe liderada por
46 Carola Vinuesa, professora de imunologia e medicina genômica
47 da Universidade Nacional Australiana, e forte defensora da
48 petição para libertar Folbigg. “Encontramos uma nova mutação,
49 nunca antes relatada em Sarah e Laura, que foi herdada de
50 Kathlenn”, disse Vinuesa à BBC. [...]
51 Ambas as meninas sofreram infecções antes de morrer,
52 e os cientistas sugeriram que “suas infecções intercorrentes
53 podem ter desencadeado um evento arrítmico fatal”. Eles
54 também relataram que Caleb e Patrick carregavam duas
55 variantes raras do gene BSN, que pode causar epilepsia fatal
56 em camundongos. As recentes descobertas genéticas baseiam
57 se nas opiniões de especialistas médicos anteriores, apoiando
58 a teoria de que todas as quatro crianças morreram de causas
59 naturais. Stephen Cordner, um patologista forense baseado
60 em Melbourne, reexaminou as autópsias das crianças em 2015
61 e concluiu que não havia “suporte patológico forense positivo
62 para a alegação de que qualquer uma ou todas essas crianças
63 foram assassinadas”. “Não há sinais de asfixia”, acrescentou.
64 Três anos depois, em 2018, o patologista forense Matthew Orde,
65 professor clínico adjunto da Universidade da Colúmbia Britânica,
66 no Canadá, disse à emissora pública australiana ABC: “Em
67 essência, concordo com o professor Cordner que essas quatro
68 mortes infantis podem ser explicadas por causas naturais”.
69 Folbigg sempre alegou ser inocente.
(Quentin McDermott. Disponível em: https://www.uol.com.br/tilt/noticias/
bbc/2021/03/12/como-a-ciencia-pode-ajudar-a-libertar-kathleen-folbigg-a-piorassassina-em-serie-da-historia-da-australia.htm. 12/03/2021. Adaptado.)


Com relação ao uso de sinais de pontuação, considere as seguintes afirmativas:



1. As aspas utilizadas no primeiro parágrafo cumprem o mesmo papel das aspas utilizadas nos demais parágrafos.

2. Na linha 17, a vírgula depois de “detalhada” pode ser corretamente suprimida.

3. Na linha 47, a vírgula depois de “Australiana” pode ser corretamente suprimida.



Assinale a alternativa correta.
  • A: Somente a afirmativa 1 é verdadeira.
  • B: Somente a afirmativa 2 é verdadeira.
  • C: Somente as afirmativas 1 e 3 são verdadeiras.
  • D: Somente as afirmativas 2 e 3 são verdadeiras.
  • E: As afirmativas 1, 2 e 3 são verdadeiras.

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