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                                                                       O paradoxo da promessa

 






          Em que circunstâncias alguém se exalta e defende com ardor uma opinião? “Ninguém sustenta fervorosamente que 7 x 8 = 56, pois se pode demonstrar que isso é uma verdade”, observa Bertrand Russel. O ânimo persuasivo só recrudesce e lança mão das artes e artimanhas da retórica apaixonada quando se trata de incutir opiniões que são duvidosas ou demonstravelmente falsas.


          O mesmo vale para o ato de prometer alguma coisa. O simples fato de que uma promessa precisa ser feita com toda a ênfase indica a existência de dúvida quanto à sua concretização. Só prometemos acerca do que exige um esforço extra da vontade. E quanto mais solene ou enfática a promessa – “Te juro, meu amor, agora é pra valer!” – mais duvidosa ela é: protesting too much (‘proclamar excessivo’), como dizem os ingleses. “Só os deuses podem prometer, porque são imortais”, adverte o poeta.






                                                                         (Adaptado de: GIANETTI, Eduardo. Trópicos utópicos. São Paulo: Companhia das Letras, 2016, p. 26)




Deve-se entender, segundo a fundamentação apresentada no texto, que uma promessa




  • A: produz seus efeitos toda vez que formulada com recursos de uma retórica vibrante.
  • B: terá cumprimento à medida que seu sujeito tenha vontade de cumpri-la.
  • C: costuma indicar não o seu cumprimento, mas a dificuldade de efetivação dele.
  • D: é por vezes tão frágil em si mesma que os próprios deuses não têm como cumpri-la.
  • E: vale muitas vezes mais do que uma opinião que não possa ser comprovada.

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