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Nas minhas pesquisas, tenho constatado que muitas mulheres brasileiras reproduzem e fortalecem, consciente
ou inconscientemente, a lógica da dominação masculina. É verdade que o discurso hegemônico atual é o de libertação dos papéis que aprisionam a maioria das mulheres. No entanto, os comportamentos femininos não são tão livres assim; muitos valores mais tradicionais permanecem internalizados. Existe uma enorme distância entre o discurso libertário das brasileiras e seu comportamento e valores conservadores.
Não pretendo alimentar a ideia de que as mulheres são as piores inimigas das mulheres, mas provocar uma reflexão sobre os mecanismos que fazem com que a lógica da dominação masculina seja reproduzida também pelas mulheres. Nessa lógica, como argumentou Pierre Bordieu, os homens devem ser sempre superiores: mais velhos, mais altos, mais fortes, mais poderosos, mais ricos, mais escolarizados. Essa lógica constitui as mulheres como objetos, e tem como efeito colocá-las em um permanente estado de insegurança e dependência. Delas se espera que sejam submissas, contidas, discretas, apagadas, inferiores, invisíveis.
Em O Segundo Sexo, Simone de Beauvoir escreveu que não definiria as mulheres em termos de felicidade, e sim de liberdade. Ela acreditava que, para muitas, seria mais confortável suportar uma escravidão cega do que trabalhar para se libertar. A filósofa francesa afirmou que a liberdade é assustadora, e que, por isso, muitas mulheres preferem a prisão à sua possível libertação. No entanto, ela acreditava que só existiria uma saída para as mulheres: recusar os limites que lhes são impostos e procurar abrir para si e para todas as outras o caminho da libertação. (Miriam Goldenberg, O inferno são as outras. Veja, 07.03.2018)
As pesquisas da autora levaram-na a constatar que,
  • A: embora defendam a tese da liberdade feminina, muitas brasileiras têm comportamentos que reforçam a lógica da dominação masculina.
  • B: do ponto de vista patriarcal, as mulheres são superiores aos homens quando preferem a segurança doméstica ao mundo do trabalho.
  • C: mantendo a coerência com o discurso que prega a superação dos limites femininos, há uma clara tendência a posturas conservadoras.
  • D: reforçando a tese da hegemonia masculina, as mulheres brasileiras se mostram cada vez mais propensas a conseguir sua autonomia.
  • E: com a internalização de valores tradicionais, é ampliada a liberdade feminina de comportamentos.

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