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Tempo incerto
Os homens têm complicado tanto o mecanismo da vida que já ninguém tem certeza de nada: para se fazer alguma coisa é preciso aliar a um impulso de aventura grandes sombras de dúvida. Não se acredita mais na existência de gente honesta; e os bons têm medo de exercitarem sua bondade, para não serem tratados de hipócritas ou de ingênuos.
Vivemos um momento em que a virtude é ridícula e os mais vis sentimentos se mascaram de grandiosidade, simpatia, benevolência. A observação do presente leva-nos até a descer dos exemplos do passado: os varões ilustres de outras eras terão sido realmente ilustres? Ou a História nos está contando as coisas ao contrário, pagando com dinheiros dos testemunhos a opinião dos escribas?
Se prestarmos atenção ao que nos dizem sobre as coisas que nós mesmos presenciamos – ou temos que aceitar a mentira como a arte mais desenvolvida do nosso tempo, ou desconfiamos do nosso próprio testemunho, e acabamos no hospício!
Pois assim, é, meus senhores! Prestai atenção às coisas que vos contam, em família, na rua, nos cafés, em várias letras de forma, e dizei-me se não estão incertos os tempos e se não devemos todos andar de pulga atrás da orelha!
Agora, pensam os patrões, os empregados, os amigos e inimigos de uns e de outros e todo o resto da massa humana.
E não só pensam, como também pensam que pensam! E
além de pensarem que pensam, pensam que têm razão! E
cada um é o detentor exclusivo da razão!
Pois de tal abundância de razão é que se faz a loucura. E a vocação das pessoas, hoje em dia, não é para o diálogo com ou sem palavras, mas para balas de diversos calibres. Perto disso, a carestia da vida é um ramo de flores. O que anda mesmo caro é alma. E o Demônio passeia pelo mundo, glorioso e imune.
(Cecília Meireles, Tempo incerto. Em: Escolha o seu Sonho. Adaptado)
Assinale a alternativa em que informações do 4º parágrafo estão corretamente reescritas em conformidade com o sentido do texto e com a pontuação, segundo a norma-padrão.
  • A: Meus senhores prestem atenção às coisas que lhes contam, e digam-me se não estão incertos os tempos.
  • B: Prestem atenção, meus senhores, às coisas que lhes contam e digam-me se não estão incertos ostempos.
  • C: Prestem atenção às coisas que lhes contam e digam-me se não estão incertos meus senhores, ostempos?
  • D: Meus senhores, prestem atenção às coisas que lhes contam! E digam: se não estão, incertos os tempos!
  • E: Prestem atenção às coisas que lhes contam meus senhores – e digam se não estão incertos os tempos?

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