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“...passamos a adotar pequenas atitudes diárias que fazem uma grande diferença no mundo...”; nesse trecho há a presença de um tipo de linguagem figurada denominada antítese, marcada pela oposição pequena X grande.

Assinale a opção abaixo que não traz nenhuma antítese.
  • A: “Os que muito falam pouco fazem de bom”
  • B: “Falar é barato porque a oferta é maior do que a demanda”
  • C: “O segredo é um perigo”.
  • D: “A vida dos mortos está na memória dos vivos.”
  • E: “O covarde morre muitas vezes, mas o valente só morre uma vez”.

“As páginas do livro trazem ilustrações e as dos jornais, fotos”.

Neste segmento de texto, o jornalista faz elipse de alguns termos que são realmente desnecessários na escrita, já que são facilmente subentendidos: As páginas do livro trazem ilustrações e as [páginas] dos jornais [trazem] fotos.

Assinale a frase abaixo que apresenta um termo elíptico.
  • A: Onde vocês moram?
  • B: João e Pedro são estrangeiros?
  • C: Trabalhou a noite inteira?
  • D: Quando os turistas chegaram?
  • E: Ninguém sabe o preço desta camisa?

É empregada uma metáfora no trecho
  • A: “artigos em revistas de prestígio são o motor” (linhas 42 e 43).
  • B: “Tais custos são mantidos por bibliotecas universitárias e agências públicas” (linhas 21 e 22)
  • C: “maior editora científica do mundo” (linhas 15 e 16)
  • D: “somas cada vez mais vultosas” (linhas 22 e 23).
  • E: “O absurdo de um sistema que bloqueia o acesso” (linha 25)

O eu lírico recorre à figura de linguagem denominada metonímia em:
  • A: “O lugar onde a gente morava quase só tinha bicho” (verso 1)
  • B: “Ela tocava para nós Vivaldi.” (verso 42)
  • C: “A gente se sentia como um pedaço de formiga perdida” (verso 23)
  • D: “Ah, o pai! O pai vaquejava e vaquejava.” (verso 12)
  • E: “A mãe aflitíssima estava.” (verso 37)

O espelho recusou-se a responder a Lavínia que ela é a mais bela mulher do Brasil. Aliás, não respondeu nada. Era um espelho muito silencioso.

Lavínia retirou-o da parede e colocou outro, que emitia sons ininteligíveis, e foi também substituído.

O terceiro espelho já fazia uso moderado da palavra, porém não dizia coisa com coisa.

Um quarto espelho chegou a pronunciar nitidamente esta frase: “Vou pensar”. Ficou pensando a semana inteira, sem chegar à conclusão.

Lavínia apelou para um quinto espelho, e este, antes que a vaidosa senhora fizesse a interrogação aflita, perguntou-lhe:
− Mulher, haverá no Brasil espelho mais belo do que eu?
(Adaptado de: ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. São Paulo: Companhia das Letras, 2012)

Em “Um quarto espelho chegou a pronunciar nitidamente esta frase: ‘Vou pensar’.” (4º parágrafo), o narrador recorre à seguinte figura de linguagem:
  • A: eufemismo.
  • B: personificação.
  • C: pleonasmo.
  • D: antítese.
  • E: sinestesia.

Há quem veja a literatura como o refúgio da beleza e da paz. Num mundo amargo, triste e violento, os livros oferecem a rota de fuga. Não é a vida como ela é, mas a vida como deveria ser. Títulos agressivos devem ser evitados. Essa convicção é equivocada?

Não é o caso de dizer que é equivocada. Os gostos são múltiplos e devem ser respeitados. O problema é acreditar que a literatura, para funcionar bem, deva ser o paraíso na terra. Há livros que funcionam assim, mas não são muitos. Para falar a verdade, as grandes obras literárias, com intensidade diferente, são marcadas pela ganância, pela traição, pela violência, pela catástrofe.

Assim, vale a pena respirar fundo e encarar as nossas imperfeições nas páginas dos grandes livros. O mergulho nas trevas forja o caráter da gente. Não é das coisas mais agradáveis, mas intensifica nossa humanidade. Ser humano em sua plenitude é conhecer a variedade de nossas emoções e ações. As boas e as ruins. As dignas e as indignas. As que comovem e as que
perturbam.

Um belo treino é a leitura do monumental A canção do carrasco, de Norman Mailer. O centro de tudo é a execução de Gary Gilmore em 1977, nos Estados Unidos da América, pelos crimes que cometeu. Quase tudo nas mil páginas de Mailer é real. O material foi obtido a partir de entrevistas, leitura de processos judiciais e da cobertura da imprensa. Trata-se de uma aula de como a realidade é operada por diversas alavancas.
Nelson Fonseca Neto. O mundo do crime na literatura. Internet: (com adaptações)

No trecho “As boas e as ruins. As dignas e as indignas. As que comovem e as que perturbam.”, do texto,
  • A: opõem-se palavras de sentido contrário.
  • B: os adjetivos “boas” e “dignas” são sinônimos.
  • C: o emprego reiterado da flexão de plural caracteriza aliteração.
  • D: o emprego dos verbos comover e perturbar caracteriza pleonasmo.
  • E: a sequência de adjetivos segue uma gradação ascendente de ideias.

O autor recorre à personificação no seguinte verso:
  • A: maldito seja quem olhar para trás
  • B: de ver nossos problemas
  • C: lá pra trás não há nada
  • D: saem todos a passear
  • E: aquela mágoa sem remédio

O animal humano, que é parte da natureza e que dela depende, não se resignou a viver para sempre à mercê dos frutos espontâneos da terra. O desafio que desde logo se insinuou foi: como induzir o mundo natural a somar forças e multiplicar o resultado do esforço humano? Como colocá-lo a serviço do homem? O passo decisivo nessa busca foi a descoberta, antes prática que teórica, de que “domina-se a natureza obedecendo-se a ela”. A sagacidade do animal humano soube encontrar nos caminhos do mundo como ele se põe (natura naturans: “a natureza causando a natureza”) as chaves de acesso ao mundo como ele pode ser (natura naturata: “a natureza causada”).

Processos naturais, desde que devidamente sujeitos à observação e direcionamento pela mão do homem, podiam se tornar inigualáveis aliados na luta pelo sustento diário. Em vez de tão somente surpreender e pilhar os seres vivos que a natureza oferece para uso e desfrute imediato, como fazia o caçador-coletor, tratava-se de compreender suas regularidades, acatar sua lógica, identificar e aprimorar suas espécies mais promissoras e, desse modo, cooptá-los em definitivo para a tarefa de potencializar os meios de vida. Se a realidade designada pelo termo civilização não se deixa definir com facilidade, uma coisa é certa: nenhum conceito que deixe de dar o devido peso a essa mudança na relação homem-natureza poderá ser julgado completo. A domesticação sistemática, em larga escala, de plantas e animais deu à humanidade maior segurança alimentar e trouxe extraordinárias conquistas materiais. Mas ela não veio só. O advento da sociedade agropastoril teve como contrapartida direta e necessária uma mudança menos saliente à primeira vista, mas nem por isso de menor monta: a profunda transformação da psicologia temporal do animal humano.

A domesticação da natureza externa exigiu um enorme empenho na domesticação da natureza interna do homem. Pois a prática da agricultura e do pastoreio implicou uma vasta readaptação dos valores, crenças, instituições e formas de vida aos seus métodos e exigências. Entre os acontecimentos da história mundial que modificaram de maneira permanente os hábitos mentais do homem, seria difícil encontrar algum que pudesse rivalizar com o impacto da transição para a sociedade de base agrícola e pastoril em toda a forma como percebemos e lidamos com a dimensão temporal da vida prática.
(GIANNETTI, Eduardo. O valor do amanhã. São Paulo: Companhia das Letras, edição digital. Adaptado)

Considerando as ideias expostas no texto, constitui um aparente paradoxo o que se encontra em:
  • A: domina-se a natureza obedecendo-se a ela (1º parágrafo)
  • B: que é parte da natureza e que dela depende (1º parágrafo)
  • C: a prática da agricultura e do pastoreio implicou uma vasta readaptação dos valores (3º parágrafo)
  • D: tratava-se de compreender suas regularidades, acatar sua lógica (2º parágrafo)
  • E: A domesticação sistemática, em larga escala, de plantas e animais trouxe extraordinárias conquistas materiais. (2º parágrafo)

Na década de 1880, Machado de Assis publicou cerca de oitenta contos, numa espantosa explosão de criatividade, que também rendeu seu primeiro grande romance, Memórias póstumas de Brás Cubas (1880).

Como isso aconteceu − por que aconteceu, e por que nesse momento? Nada é mais difícil de explicar do que a explosão de um gênio criador − e não devemos duvidar que é disso que se trata. Contos podem parecer fáceis, escritos algo apressadamente como uma espécie de subproduto de um trabalho mais sério ou até como sintomas de uma incapacidade passageira de empreender “obras de maior tomo” (palavras de Dom Casmurro), mas nada está mais longe da verdade. Contos não são romances imperfeitos − existem com seus direitos próprios, e quando Machado começou a escrever os seus melhores, o gênero estava conquistando uma nova dignidade.

O traço mais importante de seus contos é a ironia, com frequência fixada por um estilo que muitas vezes emprega certo registro de linguagem a fim de estabelecer, desde a primeira palavra, que nada ali é para ser levado inteiramente a sério, que aquilo não é a fala direta do autor: “A coisa mais árdua do mundo, depois do ofício de governar, seria dizer a idade exata de Dona Benedita”. Machado podia parodiar qualquer tipo de linguagem, da Bíblia à dos jornais (essa, de fato, era a que satirizava com mais frequência). No começo dos anos 1880, Machado não só estabelecera seu direito a falar do universo, mas também principiara a fazer o retrato da sociedade brasileira sob uma luz inteiramente nova. Os romances bem educados dos anos 1870, que elevavam a vida social, deram lugar à sátira selvagem de Memórias póstumas de Brás Cubas, que mostrava realidades − adultério, prostituição, escravatura, o tratamento dado aos agregados − com uma nitidez e uma cólera inteiramente impossíveis alguns anos antes.

Uma coisa é certa: a expansão do material possível de Machado e o distanciamento irônico que ele adota são inseparáveis. Digamos assim: se ele não tivesse encontrado modos dos mais variados (irônicos, sarcásticos, mas sempre semiocultos) de se expressar a respeito de coisas sobre as quais não devia falar, ou às quais só podia se referir de soslaio, suas histórias jamais teriam existido; podemos sentir sua satisfação quando se aproxima de outra questão espinhosa e acaba encontrando novas maneiras de falar sobre coisas demasiado embaraçosas para mencionar diretamente. Na minha opinião, isso ajuda a explicar o êxito de seus contos − Machado caminhava no fio da navalha.
(Adaptado de: GLEDSON, John. Trad. Fernando Py. In: 50 contos de Machado de Assis. São Paulo: Companhia das Letras, edição digital)

“A coisa mais árdua do mundo, depois do ofício de governar, seria dizer a idade exata de Dona Benedita”.

No trecho acima, o narrador recorre à seguinte figura de linguagem:
  • A: pleonasmo.
  • B: hipérbole.
  • C: personificação.
  • D: antítese.
  • E: eufemismo.

O homem vigia.
Dentro dele, estumados (*),
uivam os cães da memória.
Aquela noite, o luar
e o vento no cipó-prata e ele,
o medo a cavalo nele
ele a cavalo em fuga
das folhas do cipó-prata.
A mãe no fogão cantando,
os zangões, a poeira, o ar anímico.
Ladra seu sonho insone,
em saudade, vinagre e doçura.
(Adélia Prado, Insônia. Reunião de poesia.)
(*) Estumados: atiçados, provocados

É correto afirmar que, no poema, a expressão é marcada pela presença de
  • A: referências metafóricas, que se mostram em frases como – uivam os cães da memória.
  • B: catacreses, que se mostram em frases como – em saudade, vinagre e doçura.
  • C: comparações insólitas, que se mostram em frases como – os zangões, a poeira.
  • D: construções pleonásticas, que se mostram em frases como – Ladra seu sonho insone.
  • E: onomatopeias, que se mostram em frases como – A mãe no fogão cantando.

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