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Texto CG1A1-I

É uma falácia comum supor que mudanças graduais, pequenas, só podem engendrar resultados graduais, incrementais. Mas esse é um raciocínio linear, que parece ser nosso modo padrão de pensar a respeito do mundo. Isso pode decorrer do simples fato de que a maior parte dos fenômenos perceptíveis para os seres humanos, em escalas de tempo e de magnitude habituais e dentro do escopo limitado de nossos sentidos, tende a seguir direções lineares — duas pedras parecem duas vezes mais pesadas que uma; é necessária uma quantidade de comida três vezes maior para alimentar um número três vezes maior de pessoas, e assim por diante. No entanto, fora da esfera das ocupações humanas práticas, a natureza está cheia de fenômenos não lineares. Processos de extrema complexidade podem emergir de regras ou partes enganosamente simples, e pequenas mudanças num fator subjacente a um sistema complexo podem engendrar mudanças radicais e qualitativas em outros fatores que dele dependem.
Pense neste exemplo muito simples: imagine que você tenha um bloco de gelo na sua frente e esteja aquecendo-o pouco a pouco. Na maior parte do tempo, o aquecimento por um grau a mais não causa nenhum efeito interessante: a única coisa que você tem e que não tinha um minuto atrás é um bloco de gelo ligeiramente menos gelado. Mas, então, chega-se a 0 °C e, assim que essa temperatura crítica é atingida, você vê uma mudança abrupta, espetacular. A estrutura cristalina do gelo desagrega-se, e, de repente, as moléculas de água começam a escorregar e a fluir livremente umas em torno das outras. Sua água congelada torna-se líquida, graças a um grau crítico de energia térmica. Nesse ponto-chave, mudanças incrementais cessaram de ter efeitos incrementais e precipitaram uma súbita mudança qualitativa chamada transição de fase.

Vilayanur Subramanian Ramachadran. O que o cérebro tem para contar:
desvendando os mistérios a natureza humana. Rio de Janeiro:
Zahar, 2014, p. 32-3 (com adaptações).

Julgue o item seguinte, referentes a propostas de reescrita para trechos do texto CG1A1-I.

A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas caso o quarto período do segundo parágrafo fosse reescrito da seguinte maneira: A estrutura cristalina do gelo desagrega-se, e as moléculas d’água subitamente passam a escoar e a se dissipar, sem empecilhos, umas à volta das outras.
  • A: Certo
  • B: Errado

Texto CG1A1-I

É uma falácia comum supor que mudanças graduais, pequenas, só podem engendrar resultados graduais, incrementais. Mas esse é um raciocínio linear, que parece ser nosso modo padrão de pensar a respeito do mundo. Isso pode decorrer do simples fato de que a maior parte dos fenômenos perceptíveis para os seres humanos, em escalas de tempo e de magnitude habituais e dentro do escopo limitado de nossos sentidos, tende a seguir direções lineares — duas pedras parecem duas vezes mais pesadas que uma; é necessária uma quantidade de comida três vezes maior para alimentar um número três vezes maior de pessoas, e assim por diante. No entanto, fora da esfera das ocupações humanas práticas, a natureza está cheia de fenômenos não lineares. Processos de extrema complexidade podem emergir de regras ou partes enganosamente simples, e pequenas mudanças num fator subjacente a um sistema complexo podem engendrar mudanças radicais e qualitativas em outros fatores que dele dependem.
Pense neste exemplo muito simples: imagine que você tenha um bloco de gelo na sua frente e esteja aquecendo-o pouco a pouco. Na maior parte do tempo, o aquecimento por um grau a mais não causa nenhum efeito interessante: a única coisa que você tem e que não tinha um minuto atrás é um bloco de gelo ligeiramente menos gelado. Mas, então, chega-se a 0 °C e, assim que essa temperatura crítica é atingida, você vê uma mudança abrupta, espetacular. A estrutura cristalina do gelo desagrega-se, e, de repente, as moléculas de água começam a escorregar e a fluir livremente umas em torno das outras. Sua água congelada torna-se líquida, graças a um grau crítico de energia térmica. Nesse ponto-chave, mudanças incrementais cessaram de ter efeitos incrementais e precipitaram uma súbita mudança qualitativa chamada transição de fase.

Vilayanur Subramanian Ramachadran. O que o cérebro tem para contar:
desvendando os mistérios a natureza humana. Rio de Janeiro:
Zahar, 2014, p. 32-3 (com adaptações).

Julgue o item seguinte, referentes a propostas de reescrita para trechos do texto CG1A1-I.

A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas caso o terceiro período do segundo parágrafo fosse assim reescrito: Entretanto, assim que se atinge a temperatura de 0 °C, observa-se uma mudança abrupta, espetacular.
  • A: Certo
  • B: Errado

Texto CG1A1-I

No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de conversa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.


Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adaptações)

Assinale a opção em que é corretamente resumida a posição assumida pelo autor na discussão desenvolvida no texto CG1A1-I.
  • A: transgressão às normas de objetividade das publicações científicas especializadas
  • B: oposição às normas de objetividade nas publicações científicas
  • C: crítica à falta de espaço para a imaginação nas comunicações entre cientistas
  • D: reprovação da racionalidade das práticas científicas
  • E: defesa do lugar da imaginação nas práticas científicas

Texto CG1A1-I

No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de conversa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.


Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adaptações)

Por meio do emprego do termo “Ainda”, no início do quarto período do texto CG1A1-I, o autor
  • A: assinala a persistência de um aspecto mencionado nos períodos anteriores.
  • B: expressa uma ressalva em relação à ideia veiculada no período anterior.
  • C: acrescenta outro motivo para a ideia apresentada nos período anteriores.
  • D: introduz uma conclusão sobre a ideia apresentada no período anterior.
  • E: pontua o tempo do raciocínio do autor nas etapas de exposição das ideias.

Texto CG1A1-I

No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de conversa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.


Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adaptações)

No texto CG1A1-I, ao qualificar o mundo estudado pelos cientistas como “um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado” (penúltimo período), o autor indica
  • A: certa distância entre os propósitos da ciência e os propósitos dos cientistas.
  • B: uma consequência da emotividade, criatividade e intuição dos cientistas.
  • C: uma concessão à emotividade dos cientistas.
  • D: uma justificativa para a emotividade, criatividade e intuição dos cientistas.
  • E: a contradição entre a sistematicidade da ciência e a emotividade dos cientistas.

Texto CG1A1-I

No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de conversa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.


Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adaptações)

Assinale a opção em que as duas formas verbais destacadas do texto CG1A1-I estão conjugadas no mesmo tempo e modo.
  • A: “quer” (terceiro período) e “parecer” (quarto período)
  • B: “Entre” (quinto período) e “encontre” (quinto período)
  • C: “precisam” (quarto período) e “foram” (penúltimo período)
  • D: “compartilhei” (sexto período) e “foi” (penúltimo período)
  • E: “havíamos imaginado” (sexto período) e “ter ajudado” (sétimo período)

Texto CG1A1-I

No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de conversa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.


Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adaptações)

Considerando as relações coesivas do texto CG1A1-I, assinale a opção correta.
  • A: No último período, “los”, em “imaginá-los” remete a “estudos”.
  • B: No segundo período, “la”, em “limpá-la”, retoma “imaginação” (primeiro período).
  • C: No sétimo período, o pronome “nossa” indica a relação de posse do autor do texto e de seus colegas com a pesquisa que cada um desenvolve.
  • D: A expressão “Apesar disso” (oitavo período) está empregada em relação a “algo embaraçoso” (sétimo período).
  • E: O segmento “esses fungos” (último período) retoma figuradamente “mundo” (penúltimo período).

Texto CG1A1-I

No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de conversa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.


Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adaptações)

Pela linguagem empregada no texto CG1A1-I, conclui-se, em relação ao gênero textual, que o fragmento apresentado faz parte de
  • A: um livro de divulgação científica.
  • B: um livro didático de ciências.
  • C: um artigo científico.
  • D: uma reportagem científica de jornal.
  • E: um relato de memórias de um cientista.

Texto CG1A1-I

No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de conversa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.


Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adaptações)

A palavra “espalhafato”, empregada no terceiro período do texto CG1A1-I, é sinônima de
  • A: minúcia.
  • B: titubeio.
  • C: devaneio.
  • D: casualidade.
  • E: alarde.

Texto CG1A1-I

No meio científico, a imaginação é conhecida como especulação e tratada com certa desconfiança –— nas publicações, costuma ser acompanhada de uma advertência obrigatória. Parte da redação de uma pesquisa consiste em limpála de voos fantasiosos, de conversa fiada e dos milhares de tentativas e erros que dão origem até mesmo às menores descobertas. Nem todo mundo que lê um estudo quer atravessar muito espalhafato. Ainda, os cientistas precisam parecer confiáveis. Entre sorrateiramente nos bastidores da ciência e talvez você não encontre as pessoas em sua melhor aparência. Mesmo nos bastidores, nas reflexões noturnas que compartilhei com colegas, era incomum entrar em detalhes de como havíamos imaginado –— de modo acidental ou deliberado –— os organismos que estudamos, fossem eles peixes, bromélias, cipós, fungos ou bactérias. Havia algo embaraçoso em admitir que o emaranhado de nossas conjecturas, fantasias e metáforas sem fundamento pudesse ter ajudado a moldar a nossa pesquisa. Apesar disso, a imaginação faz parte da atividade cotidiana da pesquisa. A ciência não é um exercício de racionalidade a sangue-frio. Os cientistas são – e sempre foram – emocionais, criativos, intuitivos, seres humanos inteiros, lançando perguntas sobre um mundo que não foi feito para ser catalogado e sistematizado. Sempre que eu perguntava o que esses fungos faziam e elaborava estudos para tentar entender seu comportamento, precisava imaginá-los.


Merlin Sheldrake. A trama da vida. Como os fungos constroem o mundo. São Paulo: Fósforo/Ubu Editora, 2021, p. 29 (com adaptações)
Considerando a correção gramatical das substituições propostas para vocábulos e trechos do texto CG1A1-I, julgue os itens seguintes.

I “dos milhares” (segundo período) por das milhares
II “parecer” (quarto período) por parecerem
III “entrar” (sexto período) por entrarem

Assinale a opção correta.
  • A: Nenhum item está certo.
  • B: Apenas o item I está certo.
  • C: Apenas o item II está certo.
  • D: Apenas os itens I e III estão certos.
  • E: Todos os itens estão certos.

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