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Texto 2


          Quando chovia, no meu tempo de menino, a casa virava um festival de goteiras. Eram pingos do teto ensopando o soalho de todas as salas e quartos. Seguia-se um corre-corre dos diabos, todo mundo levando e trazendo baldes, bacias, panelas, penicos e o que mais houvesse para aparar a água que caía e para que os vazamentos não se transformassem numa inundação. Os mais velhos ficavam aborrecidos, eu não entendia a razão: aquilo era uma distração das mais excitantes.


          E me divertia a valer quando uma nova goteira aparecia, o pessoal correndo para lá e para cá, e esvaziando as vasilhas que transbordavam. Os diferentes ruídos das gotas d’água retinindo no vasilhame, acompanhados do som oco dos passos em atropelo nas tábuas largas do chão, formavam uma alegre melodia, às vezes enriquecida pelas sonoras pancadas do relógio de parede dando horas.


          Passado o temporal, meu pai subia ao forro da casa pelo alçapão, o mesmo que usávamos como entrada para a reunião da nossa sociedade secreta. Depois de examinar o telhado, descia, aborrecido. Não conseguia descobrir sequer uma telha quebrada, por onde pudesse penetrar tanta água da chuva, como invariavelmente acontecia. Um mistério a mais, naquela casa cheia de mistérios. [...]


                                                               (SABINO, Fernando. O Menino No Espelho. CIDADE Ed. Especial MPM Propaganda 1992, p.13-18)

 




Assinale a alternativa em que o sujeito da oração cujo verbo está destacado foi CORRETAMENTE analisado.
  • A: [...] o que mais houvesse para aparar a água que caía [...] (SIMPLES)
  • B: Quando chovia, no meu tempo de menino [...] (INEXISTENTE)
  • C: Os mais velhos ficavam aborrecidos [...] (COMPOSTO)
  • D: Seguia-se um corre-corre dos diabos [...] (INDETERMINADO)

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