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                                                                        Do direito do mais forte
 

            Nunca o mais forte o é tanto para ser sempre senhor, se não converte a força em direito, e em dever a obediência; eis donde vem o direito do mais forte, direito que irônica e aparentemente se tomou, e na realidade se estabeleceu em princípios. A força é um poder físico, não imagino qual moralidade possa resultar de seus efeitos; ceder à força é ato preciso, e não voluntário, ou quando muito prudente: em que sentido pode ser uma obrigação?

            Suponhamos por um momento esse pretendido direito. Eu afirmo que dele só dimana o caos inexplicável; pois logo que a força faz o direito, com a causa muda o efeito, e toda força que excede a primeira toma o lugar de direito dela. Logo que a salvo podes desobedecer, legitimamente o fazes, e, como tem sempre razão o mais forte, tratemos só de o ser. Qual é, pois, o direito que resta, quando cessa a força? Se por força cumpre obedecer, desnecessário é o direito; e se não somos forçados a obedecer, que obrigação nos resta de o fazer? Logo, está claro que a palavra direito nada ajunta à força, e não tem aqui significação alguma.
                                                                                              (Jean-Jacques Rousseau. Do contrato social. Adaptado)



Assinale a alternativa em que a vírgula é utilizada segundo o mesmo princípio que determina seu emprego na passagem “Logo que a salvo podes desobedecer, legitimamente o fazes...”
  • A: ... eis donde vem o direito do mais forte, direito que irônica e aparentemente se tomou...
  • B: ... ceder à força é ato preciso, e não voluntário...
  • C: ... com a causa muda o efeito, e toda força que excede a primeira toma o lugar de direito dela...
  • D: Se por força cumpre obedecer, desnecessário é o direito...
  • E: Logo, está claro que a palavra direito nada ajunta à força...

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