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Carta-Poema



 

 


 Excelentíssimo Prefeito
Senhor Hildebrando de Góis,
Permiti que, rendido o preito
A que faz jus por quem sois,



 
 Um poeta já sexagenário,




Que não tem outra aspiração

Senão viver de seu salário

Na sua limpa solidão,






 Peça vistoria e visita

A este pátio para onde dá

O apartamento que ele habita

No Castelo há dois anos já.



 

 

 
 É um pátio, mas é via pública,




E estando ainda por calçar,

Faz a vergonha da República

Junto à Avenida Beira-Mar!





Indiferentes ao capricho
Das posturas municipais,

A ele jogam todo o seu lixo

Os moradores sem quintais.



 

 



                                                                              (Manuel Bandeira, As cidades e as musas. Org. Antonio Carlos Secchin)



 

 
Assinale a alternativa que contém informações coerentes com o poema, organizadas em conformidade com norma-padrão.
  • A: O eu lírico, um senhor que mora na Avenida Beira-Mar, anseia por uma solução para os problemas que o afetam cotidianamente, a saber, a falta de calçamento do pátio e os lixos ali depositados.
  • B: O eu lírico sente-se já velho pois seu dia a dia é de solidão, já que ele não aspira mais nada na vida, senão que o prefeito mande vistoriar o pátio de seu edifício, lugar que têm acesso os moradores sem quintais.
  • C: O eu lírico, por ser já velho como o prefeito, recorre a este para que mande vistoria e visita ao pátio que ele mora, local onde os moradores sem quintais jogam lixo, com o que ele discorda.
  • D: O eu lírico, amigo de sessenta anos do prefeito, solicita-o na vistoria e visita no prédio o qual mora, uma vez que o local ainda carece de calçamento e aonde os moradores sem quintais têm jogado lixo.
  • E: O eu lírico exige do velho prefeito da cidade que este se dedique em vistoriar e visitar o pátio aonde ele mora, pois existe ali muito lixo devido ação dos moradores sem quintais na região.

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