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  Rubem Braga e Mário de Andrade, dois bicudos que não se davam
      Qual a razão da desavença entre Rubem Braga e Mário de Andrade, dois dos mais influentes escritores brasileiros do século 20? Era sabido que os bicudos jamais se beijaram, e a leitura de “Os Moços Cantam & Outras Crônicas Sobre Música” – um dos três títulos de uma caixa recém-lançada – põe mais lenha na fogueira da vaidade literária.
      Em texto que permanecia inédito em livro, publicado em 1957 no “Diário de Notícias”, Rubem Braga conta que, em cartas, o autor modernista se referia a ele como “asa negra da minha vida”. Macabro, não?
      O cronista desconfia que a hostilidade começou durante a Revolução de 1932. Com 19 anos, Braga cobriu a revolta armada contra Getúlio Vargas, chegando a ser preso como espião. O paulista não teria gostado do tom irônico das reportagens. Um ano depois, os dois se encontraram na redação do jornal “Diário de São Paulo”. Braga, que ocupava a mesa ao lado daquela em que Mário vinha à noite escrever sua crítica de música, tentou uma aproximação – mas não foi bem recebido.
      Já tendo se transformado no velho Braga, com as vastas sobrancelhas e o bigode em forma de trapézio que lhe conferiam um ar ainda mais carrancudo, o “Sabiá da Crônica” não poupou bicadas: “Em assuntos de amizade, tenho horror dessa história de ‘trocar de bem’ e ‘trocar de mal’, e o maior tédio a confissões, acertos de conta, explicações sentimentais com homens”.
      O fato é que Rubem Braga foi, entre os jovens intelectuais dos anos 1930, o único que não recebeu uma carta do guru Mário de Andrade. Se tivessem trocado um bilhetinho que seja, poderiam ter sido amigos. Ao menos, por correspondência.
              (Álvaro Costa e Silva. Folha de S.Paulo, 11.10.2016. Adaptado)



O autor do texto
  • A: expõe as razões de Rubem Braga e de Mário de Andrade se repelirem intelectualmente e manifesta sua reprovação ao modo acintoso como o segundo, em suas crônicas, se reportava ao primeiro, o que se explicita no comentário Macabro, não? (2° parágrafo).
  • B: apresenta conjecturas de Rubem Braga acerca das razões da hostilidade de Mário de Andrade para com ele, tomando o cuidado de deixar claro que Braga não tinha certeza dos motivos do escritor modernista, o que se evidencia no segmento O cronista desconfia
  • C: explica as origens do conflito entre Rubem Braga e Mário de Andrade, remontando à Revolução de 1932, quando os escritores tomaram posições opostas, o que fica evidente ao comparar os textos de ambos publicados no “Diário de Notícias” (3° parágrafo).
  • D: relaciona o desentendimento entre Rubem Braga e Mário de Andrade à vaidade acentuada deste último, opinião que se mostra inquestionável no uso da palavra guru referindo-se ao modo como o escritor modernista gostava de ser tratado pelos mais jovens (5° pa
  • E: relata que nem Rubem Braga nem Mário de Andrade demonstraram interesse em desenvolver um relacionamento amistoso, mesmo dividindo uma coluna no “Diário de São Paulo”, e lamenta essa distância ao afirmar que poderiam ter sido amigos (5° parágrafo).

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