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[Retratos fiéis]
Não sei por que motivo há de a gente desenhar tão objetivamente as coisas: o galho daquela árvore exatamente na sua inclinação de quarenta e três graus, o casaco daquele homem justamente com as ruguinhas que no momento apresenta, e o próprio retratado com todos seus pés-de-galinha minuciosamente contadinhos... Para isso já existe há muito tempo a fotografia, com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade.
Se, para contrabalançar minhas lacunas, me houvesse Deus concedido o invejável dom da pintura, eu seria um pintor lírico (o adjetivo não é bem apropriado, mas vai esse mesmo enquanto não ocorrer outro). Quero dizer, o modelo serviria tão só do ponto de partida. O restante eu transfiguraria em conformidade com meu desejo de fantasia e poder de imaginação.
(Adaptado de: QUINTANA, Mário. Na volta da esquina. Porto Alegre: Globo, 1979, p. 88)
Demonstra-se boa compreensão de um segmento do texto no seguinte caso:
  • A: Se, para contrabalançar minhas lacunas, me houvesse Deus concedido o (...) dom = caso Deus tivesse compensado minhas falhas agraciando-me com o talento
  • B: o próprio retratado com todos seus pés-de-galinha minuciosamente contadinhos = o fotógrafo mesmo, que não poupa detalhes, perde-se ao contar minúcias
  • C: com a qual jamais poderemos competir em matéria de objetividade = com cuja materialidade nem mesmo sendo objetivos havemos de tratar
  • D: Não sei por que motivo há de a gente desenhar tão objetivamente as coisas = Não vejo razão para renunciarmos à objetividade quando desenhamos
  • E: O restante eu transfiguraria em conformidade com meu desejo de fantasia = O que sobrasse eu dispensaria para poder fazer jus ao meu critério de artista

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