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Jurar ou planejar
Num de seus contos provocadores, Machado de Assis põe em cena um casal de apaixonados que faz um juramento de amor, por conta de uma longa separação que devem cumprir. A jura é quebrada pela moça, que se apaixona por outro, e o narrador faz ver que ela está “muito próxima da Natureza”, ou seja, que ela atende aos movimentos mais naturais da vida.
Jurar é desafiar o tempo, o destino, o futuro; é afirmar que nada pode ser maior que nosso desejo de agir conforme juramos. Um juramento expõe a beleza da vontade humana, como afirmação nossa, mas sua quebra mostra também nossos limites.
Dirão os mais racionalistas: não jure, planeje. Diante do futuro, levante hipóteses de trabalho e as analise, não tome nenhuma como definitiva. Mas o homem insiste em sonhar para além do que é planejável, e o que dá certo nos bons planejamentos acaba tornando-o ainda mais convicto de que sua vontade é tudo, sendo mesmo capaz de jurar por isso.
(Joaquim de Assis Villares, inédito)
Está correto o emprego de ambos os elementos sublinhados na frase:
  • A: Sempre há alguma provocação nos contos machadianos, em cujos encontramos teses das quais é difícil rebater.
  • B: Um juramento faz crer que é no tempo, onde podemos confiar, que daremos vazão a força das nossas vontades.
  • C: A força de um juramento, cuja beleza está na disposição da vontade humana, pode reverter em amarga frustração.
  • D: Alguns sentem aversão de jurar, por isso mostram preferência com os cuidados de um planejamento.
  • E: A natureza guarda em suas leis uma força da qual é inútil nos opormos, ainda quando munidos na máxima vontade.

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