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Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por. Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*), sempre acompanhada de assassino, frio e e.

Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato).

Esse é o problema do casamento entre as palavras, que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas. Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra árvore anda com várias palavras além de frondosa. O casamento é aberto, mas para um lado só. A palavra rio sai com várias outras palavras na calada da noite: grande, comprido, branco, vermelho – e caudaloso fica lá, sozinho, em casa, esperando o rio chegar, a comida esfriando no prato.

Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.

(Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado)

(*) ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido legitimamente ou não.
No segundo parágrafo, o autor aponta combinações de palavras que geram as expressões “erro crasso” e “aproveitar o ensejo”. Os termos nelas destacados significam, respectivamente,
  • A: premeditado e tempo.
  • B: grosseiro e ocasião.
  • C: imprevisto e dia.
  • D: calculado e companhia.
  • E: clássico e oportunidade.

Palavras, percebemos, são pessoas. Algumas são sozinhas: Abracadabra. Eureca. Bingo. Outras são promíscuas (embora prefiram a palavra “gregária”): estão sempre cercadas de muitas outras: Que. De. Por. Algumas palavras são casadas. A palavra caudaloso, por exemplo, tem união estável com a palavra rio – você dificilmente verá caudaloso andando por aí acompanhada de outra pessoa. O mesmo vale para frondosa, que está sempre com a árvore. Perdidamente, coitado, é um advérbio que só adverbia o adjetivo apaixonado. Nada é ledo a não ser o engano, assim como nada é crasso a não ser o erro. Ensejo é uma palavra que só serve para ser aproveitada. Algumas palavras estão numa situação pior, como calculista, que vive em constante ménage(*), sempre acompanhada de assassino, frio e e.

Algumas palavras dependem de outras, embora não sejam grudadas por um hífen – quando têm hífen elas não são casadas, são siamesas. Casamento acontece quando se está junto por algum mistério. Alguns dirão que é amor, outros dirão que é afinidade, carência, preguiça e outros sentimentos menos nobres (a palavra engano, por exemplo, só está com ledo por pena – sabe que ledo, essa palavra moribunda, não iria encontrar mais nada a essa altura do campeonato).

Esse é o problema do casamento entre as palavras, que por acaso é o mesmo do casamento entre pessoas. Tem sempre uma palavra que ama mais. A palavra árvore anda com várias palavras além de frondosa. O casamento é aberto, mas para um lado só. A palavra rio sai com várias outras palavras na calada da noite: grande, comprido, branco, vermelho – e caudaloso fica lá, sozinho, em casa, esperando o rio chegar, a comida esfriando no prato.

Um dia, caudaloso cansou de ser maltratado e resolveu sair com outras palavras. Esbarrou com o abraço que, por sua vez, estava farto de sair com grande, essa palavra tão gasta. O abraço caudaloso deu tão certo que ficaram perdidamente inseparáveis. Foi em Manuel de Barros. Talvez pra isso sirva a poesia, pra desfazer ledos enganos em prol de encontros mais frondosos.

(Gregório Duvivier, Abraço caudaloso. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/>. Acesso em: 02 fev 2015. Adaptado)

(*) ménage: coabitação, vida em comum de um casal, unido legitimamente ou não.

A partir da ideia de que palavras “são pessoas”, o autor atribui às palavras caracterização própria de humanos. É correto afirmar que, nesse procedimento, ele emprega
  • A: palavras em sentido figurado.
  • B: palavras de gíria de jovens.
  • C: termos de uso regional.
  • D: expressões de vocabulário técnico.
  • E: palavras ainda não dicionarizadas.

Fragmento do texto: Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias que proporcionam prazer e felicidade.

Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.

Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade.

As palavras destacadas nas passagens – (I) … as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo… e (II) É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo… – têm sentido contextual de
  • A: (I) coerentes e (II) dualidade.
  • B: (I) dedicadas aos semelhantes e (II) ambiência.
  • C: (I) dotadas de autonomia e (II) duplicidade.
  • D: (I) praticantes da filantropia e (II) ambiguidade.
  • E: (I) afáveis e (II) multiplicidade.

De acordo com a norma-padrão, o pronome destacado pode ser colocado também depois do verbo no trecho:
  • A: A vida do direito “nos” oferece …
  • B: … segura a espada por meio da qual “o” defende.
  • C: … só “se” afirma por uma disposição ininterrupta para a luta...
  • D: … o meio de que “se” serve para consegui-lo …
  • E: Se “lhes” disséssemos que o direito é a luta .

Ser gentil é um ato de rebeldia. Você sai às ruas e insiste, briga, luta para se manter gentil. O motorista quase te mata de susto buzinando e te xingando porque você usou a faixa de pedestres quando o sinal estava fechado para ele. Você posta um pensamento gentil nas redes sociais apesar de ler dezenas de comentários xenofóbicos, homofóbicos, irônicos e maldosos sobre tudo e todos. Inclusive você. Afinal, você é obviamente um idiota gentil.

Há teorias evolucionistas que defendem que as sociedades com maior número de pessoas altruístas sobreviveram por mais tempo por serem mais capazes de manter a coesão. Pesquisadores da atualidade dizem, baseados em estudos, que gestos de gentileza liberam substâncias que proporcionam prazer e felicidade.

Mas gentileza virou fraqueza. É preciso ser macho pacas para ser gentil nos dias de hoje. Só consigo associar a aversão à gentileza à profunda necessidade de ser – ou parecer ser – invencível e bem-sucedido. Nossas fragilidades seriam uma vergonha social. Um empecilho à carreira, ao acúmulo de dinheiro.

Não ter tempo para gentilezas é bonito. É justificável diante da eterna ambivalência humana: queremos ser bons, mas temos medo. Não dizer bom-dia significa que você é muito importante. Ou muito ocupado. Humilhar os que não concordam com suas ideias é coisa de gente forte. E que está do lado certo. Como se houvesse um lado errado. Porque, se nenhum de nós abrir a boca, ninguém vai reparar que no nosso modelo de felicidade tem alguém chorando ali no canto. Porque ser gentil abala sua autonomia. Enfim, ser gentil está fora de moda. Estou sempre fora de moda. Querendo falar de gentileza, imaginem vocês! Pura rebeldia. Sair por aí exibindo minhas vulnerabilidades e, em ato de pura desobediência civil, esperar alguma cumplicidade. Deve ser a idade.

(Ana Paula Padrão, Gentileza virou fraqueza. Disponível em: <http://www.istoe.com.br>. Acesso em: 27 jan 2015. Adaptado)

Observa-se que, no 1º parágrafo, a autora emprega os pronomes te e você para se referir a um virtual leitor e, no 3º parágrafo, emprega a expressão pacas (É preciso ser macho pacas).

Essas duas escolhas permitem inferir que ela
  • A: escreve para um público leitor de textos nas redes sociais, razão pela qual é obrigada a deixar de lado a norma culta do português.
  • B: despreza convenções da língua-padrão, por crer na inaptidão do leitor para compreender estruturas complexas.
  • C: rejeita um linguajar jovem, embora formal, contando com a adesão dos leitores mais habituados a ler.
  • D: evita atrair a atenção do público mais escolarizado e menos exigente em relação à informalidade da língua.
  • E: pode conseguir maior identificação com seu público leitor, optando por soluções de linguagem de feição mais informal.

Observe os verbos destacados nas passagens – … enfrentar os ataques daqueles que a ele se opunham… / … só veem nele um estado de paz e de ordem… – e assinale a alternativa em que estão corretamente conjugados os verbos opor, ver e os demais assinalados, que seguem o mesmo padrão de conjugação destes.
  • A: Cada vez que PREVER resistência dos funcionários às decisões do chefe, ele intervirá, antes que todos se INDISPONHAM.
  • B: Se não se INDISPOREM com as amigas do filho, os pais permitirão que elas o REVEJAM quando ele retornar.
  • C: Haverá problema se ele VER que houve manipulação de dados; certamente se PREDISPORÁ a cancelar tudo.
  • D: Se os interessados não se OPUSEREM nem PREVIREM razão para protelar o ato, amanhã mesmo será escolhido o síndico do condomínio.
  • E: OPORMOS resistência à liderança dele foi um erro; agora querem que REVEMOS nossa posição.

Leia a tirinha e aponte a opção em que todos os verbos têm exatamente a mesma classificação de “extorquir”.

  • A: Colorir, computar, falir, demolir
  • B: Tragar, colorir, florir, urgir
  • C: Amanhecer, colorir, tragar, demolir
  • D: Tragar, computar, falir, demolir

Considerem-se os tempos verbais empregados no trecho “não haveria uma hipótese passável para que soubessem meu nome” (l. 20-21).

A oração em destaque pode ser reescrita, mantendo-se a conjugação verbal de acordo com a norma-padrão, assim:
  • A: para que intervissem nos negócios.
  • B: para que propossem um novo plano.
  • C: para que reouvessem a correspondência.
  • D: para que requisessem as fichas.
  • E: para que revessem os procedimentos.

A forma verbal destacada está empregada de acordo com a norma-padrão da Língua Portuguesa em:
  • A: Se os governantes "verem" o prejuízo causado pelas variações do clima, talvez tomem medidas cautelares.
  • B: A construção de novas hidrelétricas dependia de que as verbas se "mantessem" inalteradas.
  • C: As variações do clima não afetariam o meio ambiente se a população "interviesse"" nas políticas públicas.
  • D: Todos "ansiam" que os eventos climáticos extremos não cheguem a causar problemas ambientais.
  • E: Um grupo de pesquisadores "entreveu" a possibilidade de prejuízos na produção de energia por causa das alterações das chuvas na Amazônia.

O verbo destacado em “o clima era regulado” está conjugado no tempo passado.

Uma forma desse mesmo verbo conjugada no tempo futuro é
  • A: foi
  • B: fora
  • C: fosse
  • D: seja
  • E: será

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