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No romance Dom Casmurro, o narrador faz uma descrição de um personagem do seguinte modo:

“Levantou-se para ir buscar o gamão, que estava no interior da casa. Cosi-me muito à parede, e vi-o passar com as suas calças brancas engomadas, presilhas, rodaque e gravata de mola. Foi dos últimos que usaram presilhas no Rio de Janeiro, e talvez neste mundo. Trazia as calças curtas para que lhe ficassem bem esticadas. A gravata de cetim preto, com um arco de aço por dentro, imobilizava-lhe o pescoço; era então moda (....). Era magro, chupado, com um princípio de calva; teria os seus cinquenta e cinco anos”.

A descrição desse personagem tem base:
  • A: predominantemente física, com traços psicológicos;
  • B: predominantemente psicológica, com traços físicos;
  • C: sociológica, explorando sua atividade profissional;
  • D: física, psicológica e sociológica;
  • E: predominantemente sociológica, com traços físicos.

“O gerente da empresa comentou que, com a futura chegada dos bombeiros, o incêndio seria controlado e a produção poderia ser entregue dentro do prazo.”
A argumentação do gerente mostra um problema, que é:
  • A: a fuga do assunto, já que o foco deveria ser o incêndio;
  • B: uma generalização excessiva já que nem todos os incêndios conseguem ser apagados a tempo;
  • C: um argumento autoritário, já que ele sozinho decide o que fazer com a produção;
  • D: a apresentação de uma possibilidade como certeza;
  • E: o estabelecimento de uma relação equivocada entre causa e efeito.

Entre as opções abaixo há um termo destacado cujo referente se encontra após a sua enunciação, exemplificando o que se chama de “catáfora”; a opção em que isso ocorre, é:
  • A: Todos aqueles que os citam são admiradores dos ministros;
  • B: O quadro, ele foi adquirido ontem;
  • C: Choveu muito e isso não surpreende mais;
  • D: Não vi o buraco onde caíram os óculos;
  • E: A semana em que ele chegou foi no início do mês.

A frase abaixo que mostra ambiguidade em função de NÃO se poder distinguir agente e paciente, é:
  • A: O chefe encontrou o funcionário em seu gabinete;
  • B: A criação da instituição demorou mais do que se esperava;
  • C: João e Maria se casaram ontem;
  • D: Encontrei o assaltante andando pela rua;
  • E: Chamar os bombeiros já ficou na moda.

A opção abaixo em que está presente uma forma interrogativa indireta é:
  • A: A classe política declarou-se satisfeita após a publicação do calendário eleitoral;
  • B: Os sindicatos e os representantes patronais retomaram seus afazeres;
  • C: As empresas de computação ainda não sabem quando vão instalar os novos computadores;
  • D: Por que todos os adolescentes parecem inventar o mundo de novo?
  • E: Todos sabem quanto custa esse automóvel.

A opção abaixo em que a forma verbal destacada mostra fatos anteriores em relação aos outros é:
  • A: Quando a guerra da Ucrânia terminar, muitos vão voltar ao país;
  • B: Ela já terminara os exercícios quando os pais chegaram para levá-la;
  • C: O diretor entrou em sala quando a maioria já saíra;
  • D: O professor estava no quadro quando o aluno entrou;
  • E: Todos vão saber o resultado amanhã à tarde.

Todas as frases abaixo trazem metáforas ou comparações; a opção em que o motivo da comparação está identificado de forma adequada, é:
  • A: Meu pai sempre trabalhou como um escravo / com baixos salários;
  • B: O carro passou pela avenida como um foguete / soltando fogo pelo cano traseiro;
  • C: O menino declarou que a avó parecia uma bruxa / andava com uma vassoura;
  • D: Em sala de aula, meu professor de História parecia uma biblioteca / carregava muitos livros consigo;
  • E: A sala de jantar dos meus avós era tal qual um museu / cheia de coisas velhas e malcuidadas.

Todos os pensamentos abaixo trazem orações adjetivas destacadas; a opção em que essa oração foi substituída por um adjetivo de forma adequada, é:
  • A: Uma ideia medíocre que desperta entusiasmo irá mais longe que uma grande ideia que não inspira entusiasmo algum / motivadora;
  • B: Nosso grande erro é tentar obter de cada um as virtudes que não possuem e desdenhar o aprimoramento das que possuem / encarecedoras;
  • C: A única coisa que vem sem esforço é a idade / inevitável;
  • D: Há mais pessoas que desistem do que pessoas que fracassam / desestimuladas;
  • E: Não se pode confiar em quem não confia em ninguém / nos confiantes.

Entre os segmentos abaixo, aquele que se mostra bastante objetivo, sem pormenores inúteis, repetições desnecessárias ou redundâncias, é:
  • A: Cada candidato, individualmente, terá acesso às informações do concurso por meio de uma senha particular;
  • B: O governo deve devolver ao povo o valor do empréstimo temporário cobrado no preço dos alimentos;
  • C: Ocorreu uma verdadeira balbúrdia no momento em que Trump entrou no tribunal;
  • D: Na volta da guerra, os militares receberam amor e afeto de seus familiares, que os aguardavam ansiosos;
  • E: Os atletas ficaram desestimulados ao se depararem com a grande quantidade de obstáculos na pista.

Texto 1 – Como sabemos que o aquecimento global é real?
Por Carlos Tosi

“A primeira coisa a dizer a respeito disso é que a ciência básica por trás do mecanismo do aquecimento global – ou mudança climática, para quem quiser a versão mais sofisticada do problema – é bem simples, direta, nada controversa e está estabelecida há séculos.
O fato de que a atmosfera terrestre aprisiona energia solar já havia sido deduzido por Joseph Fourier há quase 200 anos. Svante Arrhenius já estabeleceu que os principais responsáveis por esse processo são o CO2 e o vapor d'água, há mais de 100.
Não existe, aliás, nenhuma controvérsia quanto à capacidade do dióxido de carbono de capturar calor: ela é levada em conta, por exemplo, no design de mísseis termoguiados, aqueles que perseguem o avião acrobático do herói nos filmes de ação.
Some-se a esses fatos bem estabelecidos apenas mais um, também nada polêmico – o de que a queima de petróleo, carvão e outros hidrocarbonetos produz CO2 – e temos uma cadeia de premissas que leva a deduções lógicas que não requerem nenhum ‘Xeroque Rolmes’: o CO2 impede que a Terra devolva ao espaço o calor recebido do Sol. Quanto mais CO2, mais calor fica aprisionado. Quanto mais petróleo usamos, mais CO2 emitimos. Usamos bastante petróleo. Logo, estamos esquentando o planeta.
Claro que, em se tratando de ciências físicas, cadeias dedutivas não bastam: é preciso confrontá-las com observações e experimentos. Afinal, mesmo que o encadeamento lógico, construído a partir das premissas conhecidas, seja perfeito, sempre é possível que a natureza tenha deixado alguma premissa oculta pelo caminho.
No caso do aquecimento global causado por atividade humana, é verdade que, pelo menos até os anos 70 do século passado, muitos cientistas especulavam se o efeito não seria autolimitante: talvez outras formas de poluição emitidas junto com o CO2 fizessem ‘sombra’ na Terra e reduzissem a radiação solar incidente (o mesmo princípio, ainda que numa escala bem menos dramática, do Inverno Nuclear). Ou talvez o aumento na evaporação de água produzisse mais nuvens e essas nuvens, sendo brancas, refletissem a luz do Sol de volta ao espaço.
Mas hoje sabemos que essas válvulas de escape e controle, com que imaginávamos poder contar, 40 anos atrás, simplesmente não funcionam. Mesmo a cobertura de nuvens pode, na verdade, acelerar o aquecimento.
Observações e experimentos conduzidos nas últimas décadas mostraram que o efeito estufa não é autolimitante e, sim, autoacelerante! Não só o ganho em nuvens e sujeira falha em equilibrar o aumento de temperatura, como a perda do gelo (branco, refletor de luz solar) nos oceanos expõe a água (escura), e o aquecimento dos solos congelados libera metano, outro gás do efeito estufa.
Também não faz sentido negar que o planeta esteja aquecendo. Há medições científicas do conteúdo de calor aprisionado nos oceanos e na superfície terrestre, e elas mostram clara elevação. As temperaturas globais também têm aumentado, e são as maiores, pelo menos, dos últimos mil anos. Um argumento ingênuo contra essa constatação é o de que ainda ocorrem invernos rigorosos. Mas, da mesma forma que um eventual dia frio no verão não nega o fato de que esta é uma estação, no geral, mais quente que as demais, eventuais períodos de frio intenso não desfazem a tendência geral, de longo prazo, de aquecimento do globo terrestre.
Pode-se argumentar, ainda, que o clima global responde a outros fatores – cientistas chamam-nos de ‘forçantes’ – para além da concentração de gases emitidos pela atividade industrial humana, como a intensidade do brilho do Sol. É verdade. A questão, portanto, é determinar quais as forçantes que predominam dentro do cenário atual.
Acontece que a atividade solar tem estado em declínio desde os anos 80, e ainda assim as temperaturas seguem subindo. Variações periódicas na órbita da Terra também deveriam estar nos encaminhando para um período de resfriamento e, a despeito disso, as temperaturas seguem subindo.
Um trabalho exaustivo de avaliação e teste da hipótese de que diferentes forçantes climáticas poderiam explicar o cenário atual deixa, como principal responsável pelo aquecimento, o acúmulo de CO2 gerado por atividade humana na atmosfera nos últimos 200 anos.
A saída que resta para quem insiste em negar esses fatos é apostar em alguma espécie de ilusão coletiva ou conspiração envolvendo praticamente todos os cientistas – mais de 90%, na verdade – que têm o estudo do clima e de suas variações de longo prazo como principal foco de pesquisa.
Dada a forma como a atividade científica é conduzida, com a rotina de críticas duras por parte de colegas e competidores, a constante reanálise de dados e a exigência de revisão dos resultados pelos pares, a ocorrência de um fenômeno assim é algo bem próximo do inconcebível.
Esse apelo desesperado à ilusão ou à conspiração é comum em círculos pseudocientíficos – criacionistas usamno para explicar a exclusão de suas crenças do currículo das ciências e homeopatas, acuados, também começam a se valer dele – mas não deveria ter lugar no debate sério sobre o que a melhor ciência disponível realmente diz.”

Disponível em: https://revistaquestaodeciencia.com.br/questionadorquestionado/2018/12/09/como-sabemos-que-o-aquecimento-globale-real-e-causado-por-nos Acesso em: 04/01/2023

Do ponto de vista da sua macroestrutura, o texto 1 pode ser dividido em dois grandes blocos: o bloco 1, que vai do primeiro até o quarto parágrafo; e o bloco 2, que vai do sexto até o penúltimo parágrafo. Entre eles, o quinto parágrafo funciona como um parágrafo de transição. A diferença entre os dois blocos, no que diz respeito à contribuição que eles oferecem para a construção da argumentação, é corretamente capturada pela seguinte dicotomia:
  • A: percurso histórico (bloco 1) X situação atual (bloco 2);
  • B: plausibilidade teórica (bloco 1) X validade empírica (bloco 2);
  • C: raciocínio lógico (bloco 1) X forçantes climáticas (bloco 2);
  • D: ciências físicas (bloco 1) X cadeias dedutivas (bloco 2);
  • E: consenso científico (bloco 1) X ilusão coletiva (bloco 2).

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