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Tecnologia e seres humanos artificiais

                                                                   Guilherme Mariano

    Nossa sociedade está cada vez mais evoluída, isso é um fato, graças a inteligência humana, as tecnologias vem sendo aprimoradas, tudo para tornar o nosso dia a dia mais simples, rápido e fácil. Vivemos em uma geração de inteligência artificial, mas será que tanta praticidade e rapidez não tem suas consequências?
    Notebooks, Iphones, celulares, televisões smart, os gadgets conquistaram o seu lugar no coração da humanidade, que faz questão de manter-se atualizado com tudo o que há de novo e mais moderno em tecnologia nos países de primeiro mundo. Gadget vem do inglês geringonça, dispositivo. São equipamentos com função prática e útil ao cotidiano, porém, além da lógica da finalidade, para muitas pessoas eles têm outra função. Status e superioridade.
    Esses dispositivos vieram sim trazer muitos avanços positivos, não dá para negar. Mas ninguém pode fazer vista grossa quanto aos problemas econômicos, políticos, sociais e mesmo culturais que esse avanço implantou na sociedade em geral. Considerando-se somente o problema do status, certamente você deve achar que isso está distante de você. Mas todos nós somos escravos dele, todos não, mas vamos dizer que a maioria. (...)
    Precisamos abrir os olhos para não nos tornarmos escravos desses gadgets que visam facilitar demais as coisas. Na minha opinião, acho que o pior é que sabemos de tal dependência, quando ficamos sem internet ou sem celular, parece que nos arranca algo do nosso corpo, não nos sentimos normais, precisamos saber sobre o que o grupo do Whatsapp está conversando, o que está acontecendo no Facebook, o que eu estou perdendo, parece loucura, mas é algo totalmente real.
    Por isso, cabe a nós fazer bom uso desse arsenal que temos à nossa disposição, seja como usuário comum ou como profissional. Pois tudo em exagero pode ser prejudicial. (...) Lembre-se: tais ferramentas são um facilitador e não um substituto absoluto do que acontece fora da internet. É de total importância conversar pessoalmente com pessoas, mas também é muito prático conversar com pessoas distantes instantaneamente, devemos fazer um elo entre os dois meios, mantendo sempre um equilíbrio. (...)
    Nos sentimos carentes de informações e precisamos consumi-las, precisamos nos atualizar toda hora. A confusão se estabelece a ponto de a Associação de Psiquiatria Americana estar disposta a incluir a “ansiedade digital” na lista de doenças psiquiátricas existentes, tratando-a como um vício sem limite, similar a comprar ou jogar. Realmente uma dependência, é algo a ser tratado. Tente se condicionar a acessar as redes sociais poucas vezes ao dia, como duas vezes apenas, que tal? (...) Reserve um tempo para estar com as pessoas, escute, fale também, dê sua opinião sobre algum assunto, isso faz muito bem para nós, tanto pra quem ouve, quanto pra quem fala, tudo no seu tempo.

Fonte: adaptado de <http://obviousmag.org/i_appear_missing/2016/ tecnologia-e-seres-humanos-artificiais.html>




Considere as alternativas a seguir e assinale aquela que apresenta a conjugação verbal no tempo do pretérito perfeito, tendo em vista os verbos destacados.





  • A: “Esses dispositivos vieram sim trazer muitos avanços positivos, não dá para negar”.
  • B: “Na minha opinião, acho que o pior é que sabemos de tal dependência, quando ficamos sem internet ou sem celular (...)”.
  • C: “Reserve um tempo para estar com as pessoas, escute, fale também, dê sua opinião sobre algum assunto (...)”.
  • D: "Vivemos em uma geração de inteligência artificial (...)”.
  • E: Nossa sociedade está cada vez mais evoluída, isso é um fato (...)”.

       A indústria do espírito

JORDI SOLER – 23 DEZ 2017 - 21:00

O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade: “Procure algo mais importante que você e dedique sua vida a isso”.

Essa fórmula vai na contracorrente do que propõe a indústria do espírito no século XXI, que nos diz que não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser verdade no caso de um monge tibetano, mas não para quem é o objeto da indústria do espírito, o atribulado cidadão comum do Ocidente que costuma encontrar a felicidade do lado de fora, em outra pessoa, no seu entorno familiar e social, em seu trabalho, em um passatempo, etc. [...]

A indústria do espírito, uma das operações mercantis mais bem-sucedidas de nosso tempo, cresceu exponencialmente nos últimos anos, é só ver a quantidade de instrutores e pupilos de mindfulness e de ioga que existem ao nosso redor. Mindfulness e ioga em sua versão pop para o Ocidente, não precisamente as antigas disciplinas praticadas pelos mestres orientais, mas um produto prático e de rápida aprendizagem que conserva sua estética, seu merchandising e suas toxinas culturais. [...]

Frente ao argumento de que a humanidade, finalmente, tomou consciência de sua vida interior, por que demoramos tanto em alcançar esse degrau evolutivo?, proporia que, mais exatamente, a burguesia ocidental é o objetivo de uma grande operação mercantil que tem mais a ver com a economia do que com o espírito, a saúde e a felicidade da espécie humana. [...]

A indústria do espírito é um produto das sociedades industrializadas em que as pessoas já têm muito bem resolvidas as necessidades básicas, da moradia à comida até o Netflix e o Spotify. Uma vez instalada no angustiante vazio produzido pelas necessidades resolvidas, a pessoa se movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.

Esse crescente coletivo de pessoas que cavam em si mesmas buscando a felicidade já conseguiu instalar um novo narcisismo, um egocentrismo new age, um egoísmo raivosamente autorreferencial que, pelo caminho, veio alterar o famoso equilíbrio latino de mens sana in corpore sano, desviando-o descaradamente para o corpo. [...]

Esse inovador egocentrismo new age encaixa divinamente nessa compulsão contemporânea de cultivar o físico, não importa a idade, de se antepor o corpore à mens. Ao longo da história da humanidade o objetivo havia sido tornar-se mais inteligente à medida que se envelhecia; os idosos eram sábios, esse era seu valor, mas agora vemos sua claudicação: os idosos já não querem ser sábios, preferem estar robustos e musculosos, e deixam a sabedoria nas mãos do primeiro iluminado que se preste a dar cursos. [...]

Parece que o requisito para se salvar no século XXI é inscrever-se em um curso, pagar a alguém que nos diga o que fazer com nós mesmos e os passos que se deve seguir para viver cada instante com plena consciência. Seria saudável não perder de vista que o objetivo principal dessas sessões pagas não é tanto salvar a si mesmo, mas manter estável a economia do espírito que, sem seus milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX, aquela época dourada do hedonismo suicida, em que o mindfulness era patrimônio dos monges, a ioga era praticada por quatro gatos pingados e o espírito era cultivado lendo livros em gratificante solidão.

(Adaptado de: <https://brasil.elpais.com/brasil/2017/09/26/opinion/1506452714_976157.html>. Acesso em 27 mar. 2018)




Sobre o emprego dos modos e dos tempos verbais no texto “A indústria do espírito”, assinale a alternativa correta.





  • A: Em "O filósofo Daniel Dennett propõe uma fórmula para alcançar a felicidade [...]", o verbo em destaque é utilizado no presente do indicativo e expressa a ideia de ação que acontece ao mesmo tempo em que se fala.
  • B: Tanto em "Procure algo mais importante que você e dedique sua vida a isso." quanto em “[...] a pessoa se movimenta para participar de um grupo que lhe procure outra necessidade.", os verbos em destaque são utilizados para indicar uma ordem.
  • C: Em “[...] não há felicidade maior do que essa que sai de dentro de si mesmo, o que pode ser verdade no caso de um monge tibetano [...]”, a expressão em destaque pode ser substituída por “é”, sem que isso cause prejuízo sintático ou semântico, uma vez que
  • D: Em “[...] o objetivo principal dessas sessões [é] manter estável a economia do espírito que, sem seus milhões de subscritores, regressaria ao nível que tinha no século XX [...]”, a flexão do verbo “regressaria” no futuro do pretérito do indicativo indica
  • E: Em "A indústria do espírito [...] cresceu exponencialmente nos últimos anos [...]", o verbo em destaque poderia ser substituído tanto por "tinha crescido" quanto por “crescera”, pois ambas as formas estão flexionadas no mesmo tempo verbal e conferem ao e

 Texto I

Nossa imaginação precisa da literatura mais do que nunca

LIGIA G. DINIZ – 22 FEV 2018 - 18:44

Vamos partir de uma situação que grande parte de nós já vivenciou. Estamos saindo do cinema, depois de termos visto uma adaptação de um livro do qual gostamos muito. Na verdade, até que gostamos do filme também: o sentido foi mantido, a escolha do elenco foi adequada, e a trilha sonora reforçou a camada afetiva da narrativa. Por que então sentimos que algo está fora do lugar? [...]

O que sempre falta em um filme sou eu. Parto dessa ideia simples e poderosa, sugerida pelo teórico Wolfgang Iser em um de seus livros, para afirmar que nunca precisamos tanto ler ficção e poesia quanto hoje, porque nunca precisamos tanto de faíscas que ponham em movimento o mecanismo livre da nossa imaginação. Nenhuma forma de arte ou objeto cultural guarda a potência escondida por aquele monte de palavras impressas na página.

Essa potência vem, entre outros aspectos, do tanto que a literatura exige de nós, leitores. Não falo do esforço de compreender um texto, nem da atenção que as histórias e poemas exigem de nós – embora sejam incontornáveis também. Penso no tanto que precisamos investir de nós, como sujeitos afetivos e como corpos sensíveis, para que as palavras se tornem um mundo no qual penetramos. [...]

Somos bombardeados todo dia, o dia inteiro, por informações. Estamos saturados de dados e de interpretações. A literatura – para além do prazer intelectual, inegável – oferece algo diferente. Trata-se de uma energia que o teórico Hans Ulrich Gumbrecht chama de “presença” e que remete a um contato com o mundo que afeta o corpo do indivíduo para além e para aquém do pensamento racional.

Muitos eventos produzem presença, é claro: jogos e exercícios esportivos, shows de música, encontros com amigos, cerimônias religiosas e relações amorosas e sexuais são exemplos óbvios. Por que, então, defender uma prática eminentemente intelectual, como a experiência literária, com o objetivo de “produzir presença”, isto é, de despertar sensações corpóreas e afetos? A resposta está, como já evoquei mais acima, na potência guardada pela ficção e a poesia para disparar a imaginação. [...]

A leitura de textos literários [...] exige que nosso corpo esteja ele próprio presente no espaço ficcional com que nos deparamos, sob pena de não existir espaço ficcional algum.

Mais ainda, a experiência literária nos dá a chance de vivenciarmos possibilidades que, no cotidiano, estão fechadas a nós: de explorarmos essas possibilidades como se estivéssemos, de fato, presentes. E a imaginação é o palco em que a vivência dessas possibilidades é encenada, por meio do jogo entre identificações e rejeições. [...]

(Adaptado de:<https://brasil.elpais.com/brasil/2018/02/22/opinion/1519332813_987510.html> . Acesso em: 27 mar. 2018)




Em relação ao excerto “Somos bombardeados todo dia, o dia inteiro, por informações. Estamos saturados de dados e de interpretações. A literatura – para além do prazer intelectual, inegável – oferece algo diferente.”, assinale a alternativa correta.





  • A: O trecho “[...] todo dia, o dia inteiro [...]” poderia ser reescrito da seguinte forma: “todo dia, o dia todo”. Nesse último caso, a palavra “todo” funcionaria como adjetivo nas duas ocorrências, indicando totalidade.
  • B: Em “Somos bombardeados todo dia [...]”, é utilizada a figura de linguagem que leva o nome de anáfora, uma vez que é atribuída a um ser inanimado (informações) a característica de um ser animado (a capacidade de bombardear).
  • C: O excerto é constituído por períodos simples, típicos de textos argumentativos. Esse tipo de construção proporciona o desenvolvimento detalhado de ideias, com adição de circunstâncias e de caracterizações mais apuradas dos eventos.
  • D: O verbo “somos”, flexionado no presente do indicativo, denota uma ação que ocorre concomitantemente ao momento da fala.
  • E: É possível substituir a palavra “saturados” por “fartos”, sem com isso causar prejuízo sintático ou semântico.

Texto I

O Aleph e o Hipopótamo I

                                                                                             Leandro Karnal

O tempo é uma grandeza física. Está por todos os lados e em todos os recônditos de nossas vidas. Dizemos que temos tempo de sobra para algumas coisas ou, às vezes, que não temos tempo para nada. Há dias em que o tempo não passa, anda devagar, como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados. Arrastam-se como se houvesse bolas de ferro em suas engrenagens. Tal é o tempo da sala de espera para ser atendido no dentista ou pelo gerente do banco, por exemplo.

Em compensação, há o tempo que corre, voa, falta. Em nosso mundo pautado pelo estresse, por mais compromissos que a agenda comporta, a sensação de que a areia escorre mais rápido pela ampulheta é familiar e amarga. O tempo escasseia e os mesmos exatos 60 minutos que a física diz que uma hora contém viram uma fração ínfima do tempo de que precisamos.

Vivemos um presente fugidio. Mal falei, mal agi e o que acabei de fazer virou passado, parafraseando o genial historiador Marc Bloch. Não é incomum querermos que o presente dure mais, se estique, para que uma faísca de felicidade pudesse viver alguns momentos mais longos.

Se o presente é esse instante impossível de ser estendido, o passado parece um universo em franca expansão. Quanto mais envelhecemos, como indivíduos e como espécie, mais passado existe, mais parece que devemos nos lembrar, não nos esquecer. Criamos estantes com memorabilia, pastas de computador lotadas de fotos, estocamos papéis e contas já pagas, documentos. Criamos museus, parques, tombamos construções, fazemos estátuas e mostras sobre o passado.

E o futuro? Como nos projetamos nesse tempo que ainda não existe… “Pode deixar que amanhã eu entrego tudo o que falta”; “Semana que vem nos encontramos, está combinado”; “Apenas um mês e… férias!”; “Daqui a um ano eu me preocupo com isso”. Um cotidiano voltado para um tempo incerto, mas que arquitetamos como algo sólido. E tudo o que é sólido se desmancha no ar, não é mesmo? Ah, se pudéssemos ao menos ver o tempo, senti-lo nas mãos, calculá-lo de fato! [...]

Saber sobre tudo que possa vir a ocorrer é um grande desejo. Ele anima as filas em videntes e debates sobre as centúrias de Nostradamus. Infelizmente, pela sua natureza e deficiência, toda profecia deve ser vaga. “Vejo uma viagem no seu futuro”, afirma a mística intérprete das cartas. Jamais poderia ser: no dia 14 de março de 2023, às 17h12, você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro, lendo o conto A Cartomante, de Machado de Assis. Claro que mesmo uma predição detalhada seria problemática, pois, dela sabendo, eu poderia dispor as coisas de forma que acontecessem como anunciado.

Entender o passado em toda a sua vastidão e complexidade, perceber o quanto ele ainda é presente, é o sonho de todos os historiadores, desejo maior de todos os que lotam os consultórios de psicólogos e psicanalistas. [...] Ao narrar o que vi e vivi, dependo da memória. Aquilo de que nos lembramos ou nos esquecemos nem sempre depende de nossa vontade ou escolhas. Quando digo: quero me esquecer disso ou daquilo, efetivamente estou me lembrando da situação. Alguns eventos são tão traumáticos que, como esquadrinhou Freud um século atrás, são bloqueados pela memória. Escamoteados pelo trauma, ficam ali condicionando nossas ações e não ações no presente. [...]

(Adaptado de https://entrelacosdocoracao.com.br/2018/03/o-aleph -e-o-hipopotamo-i/ - Acesso em 26/03/2018)





“O tempo escasseia e os mesmos exatos 60 minutos que a física diz que uma hora contém viram uma fração ínfima do tempo de que precisamos.”

O verbo empregado nos mesmos tempo e modo que o verbo grifado na frase apresentada está grifado em


  • A: “O tempo é uma grandeza física.”.
  • B: “Ah, se pudéssemos ao menos ver o tempo [...]”.
  • C: “[...] efetivamente estou me lembrando da situação”.
  • D: “[...] como se os ponteiros do relógio (alguém ainda usa modelo analógico?) parecessem pesados.”.
  • E: “[...] você estará no Largo do Boticário, no Rio de Janeiro [...]”.


TEXTO 1


      O vento gemera durante o dia todo e a chuva fustigara as janelas com tal fúria que mesmo ali, no coração da grande Londres feita de homens, éramos obrigados a afastar a mente da rotina da vida por um instante e reconhecer a presença daquelas grandes forças elementares que gritam para a humanidade através das grades de sua civilização, como animais indomáveis numa jaula. À medida que a noite se fechava, a tempestade ficava mais intensa e mais ruidosa; na chaminé, o vento chorava e soluçava como uma criança.
Adaptado de: Doyle, A. C. Um caso de Sherlock Holmes: as cinco sementes de laranja. Tradução de Maria Luiza X. de A. Borges. Rio de Janeiro: Zahar, 2011. p. 142.




Qual é o tempo verbal presente no trecho “O vento gemera durante o dia todo [...]”?





  • A: Pretérito perfeito.
  • B: Pretérito imperfeito.
  • C: Pretérito mais-que-perfeito.
  • D: Futuro do presente.
  • E: Futuro do pretérito.


5 dicas da ciência para você tomar boas decisões 

                                                                                                                 Carol Castro 

      Quantas vezes você ficou em dúvida sobre o que fazer, tomou uma decisão, mas pouco depois acabou se arrependendo? Bem, talvez a ciência possa te ajudar. Dá só uma olhada nessas cinco dicas científicas para tomar decisões melhores. 


        DISTANCIE-SE DO PROBLEMA 

      Pense na situação como se ela estivesse acontecendo a amigo ou a um parente. Mas não ocorrendo com você. Isso vai te ajudar a pensar de forma mais racional. Foi o que pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, concluíram ao pedir a voluntários para refletir sobre traição no namoro. A ideia era analisar o cenário caso isso acontecesse com eles ou com outro amigo. Em seguida, tiveram de responder a algumas perguntas – todas elas foram pensadas de acordo com critérios de pensamento coerente e racional: do tipo,reconhecer o limite do outro, considerar as perspectivas do parceiro, motivos que poderiam levar à traição, etc. E quando pensavam nos amigos, eles costumavam tomar decisões mais inteligentes, baseadas na razão e não apenas na emoção. Como fazer isso na prática? Segundo a pesquisa, basta conversar consigo mesmo como se o problema não fosse seu.

         PENSE EM OUTRO IDIOMA 

      Em inglês, espanhol, tanto faz, desde que não seja seu idioma nativo. Segundo pesquisa americana, quando pensamos sobre algo usando uma língua estrangeira, o lado racional se sobrepõe ao emocional. É como se a língua gringa removesse a conexão emocional que talvez você pudesse ter ao pensar em português. 

      TRABALHE SUA INTELIGÊNCIA EMOCIONAL

      Se você é do tipo que entende e lida bem com as emoções (as suas e as alheias), é mais provável que não deixe motivos irracionais que nada tem a ver com a situação influenciarem nas tomadas de decisões. É o que garante uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade de Toronto. E isso envolve todos os tipos de emoções: da empolgação à ansiedade e estresse. “Pessoas emocionalmente inteligentes não excluem todas as emoções na hora de tomar decisões. Eles retiram só as emoções que não têm a ver com a decisão", explica Stéphane Côté, autora da pesquisa. 

         APAGUE A LUZ 

         Ok, essa dica é bem estranha, mas vamos lá.

       Pesquisadores canadenses levaram voluntários para comer ou ler em ambientes diferentes. E quem esteve em salas bem iluminadas tendia a achar o molho mais apimentado, os personagens fictícios mais agressivos e as pessoas mais atraentes. É que ambientes iluminados parecem amplificar o lado emocional das pessoas – e, claro, influenciar nas impressões e decisões. 

           DÊ UM TEMPO 

       Esqueça o problema, nem que seja só por alguns poucos segundos. É o que garantem pesquisadores americanos. Segundo eles, na hora de tomar uma decisão, o cérebro reúne um monte de informações. Só que não consegue distinguir rapidamente o que é relevante ou não. Então, se houver algo contraditório, é possível que você não perceba e escolha o caminho errado. Mas quando você dá um tempo extra para que o cérebro consiga reunir outras informações e analisá-las melhor, os riscos diminuem. E nem precisa esperar tanto tempo assim: “adiar a decisão por, no mínimo, 50 milissegundos permite ao cérebro focar atenção nas informações mais relevantes e bloquear as distrações", explica Jack Grinband, um dos autores do estudo. 

Adaptado de http://super.abril.com.br/blogs/cienciamaluca/5-dicas-daciencia-para-voce-tomar-boas-decisoes/


Em “Segundo eles, na hora de tomar uma decisão, o cérebro reúne um monte de informações.”, o termo destacado é




  • A: um numeral.
  • B: um advérbio de ordem.
  • C: um advérbio que expressa tempo.
  • D: uma conjunção que expressa conformidade.
  • E: uma preposição que expressa conformidade.


Homenagem ao fracasso 

Marcelo Gleiser

Numa sociedade em que o sucesso é almejado e festejado acima de tudo, onde estrelas, milionários e campeões são os ídolos de todos, o fracasso é visto como algo embaraçoso e constrangedor, que a gente evita a todo custo e, quando não tem jeito, esconde dos outros. Talvez não devesse ser assim.
Semana passada, li um ensaio sobre o fracasso no “New York Times” de autoria de Costica Bradatan, que ensina religião comparada em uma universidade nos EUA. Inspirado por Bradatan, resolvi apresentar minha própria homenagem ao fracasso.
Fracassamos quando tentamos fazer algo. Só isso já mostra o valor do fracasso, representando nosso esforço. Não fracassar é bem pior, pois representa a inércia ou, pior, o medo de tentar. Na ciência ou nas artes, não fracassar significa não criar. Todo poeta, todo pintor, todo cientista coleciona um número bem maior de fracassos do que de sucessos. São frases que não funcionam, traços que não convencem, hipóteses que falham. O físico Richard Feynman famosamente disse que cientistas passam a maior parte de seu tempo enchendo a lata de lixo com ideias erradas. Pois é. Mas sem os erros não vamos em frente. O sucesso é filho do fracasso.
Tem gente que acha que gênio é aquele cara que nunca fracassa, para quem tudo dá certo, meio que magicamente. Nada disso. Todo gênio passa pelas dores do processo criativo, pelos inevitáveis fracassos e becos sem saída, até chegar a uma solução que funcione. Talvez seja por isso que o autor Irving Stone tenha chamado seu romance sobre a vida de Michelangelo de “A Agonia e o Êxtase”. Ambos são partes do processo criativo, a agonia vinda do fracasso, o êxtase do senso de alcançar um objetivo, de ter criado algo que ninguém criou, algo de novo.
O fracasso garante nossa humildade ao confrontarmos os desafios da vida. Se tivéssemos sempre sucesso, como entender os que fracassam? Nisso, o fracasso é essencial para a empatia, tão importante na convivência social.
Gosto sempre de dizer que os melhores professores são os que tiveram que trabalhar mais quando alunos. Esse esforço extra dimensiona a dificuldade que as pessoas podem ter quando tentam aprender algo de novo, fazendo do professor uma pessoa mais empática e, assim, mais eficiente. Sem o fracasso, teríamos apenas os vencedores, impacientes em ensinar os menos habilidosos o que para eles foi tão fácil de entender ou atingir.
Claro, sendo os humanos do jeito que são, a vaidade pessoal muitas vezes obscurece a memória dos fracassos passados; isso é típico daqueles mais arrogantes, que escondem seus fracassos e dificuldades por trás de uma máscara de sucesso. Se o fracasso fosse mais aceito socialmente, existiriam menos pessoas arrogantes no mundo.
Não poderia terminar sem mencionar o fracasso final a que todos nos submetemos, a falha do nosso corpo ao encontrarmos a morte. Desse fracasso ninguém escapa, mesmo que existam muitos que acreditem numa espécie de permanência incorpórea após a morte. De minha parte, sabendo desse fracasso inevitável, me apego ao seu irmão mais palatável, o que vem das várias tentativas de viver a vida o mais intensamente possível. O fracasso tem gosto de vida.

 http://www1.folha.uol.com.br/colunas/marcelogleiser/2013/12/ 1388789-homenagem-ao-fracasso.shtml




Todas as expressões destacadas a seguir funcionam como artigo definido, EXCETO




  • A: “...sendo os humanos do jeito que são...”
  • B: “...confrontarmos os desafios da vida...”
  • C: “...são os que tiveram que trabalhar...”
  • D: “...ensinar os menos habilidosos...”
  • E: “...são os ídolos de todos...”


Sauna ajuda nas atividades físicas e organiza o sistema respiratório
 
As saunas são conhecidas há séculos por seus aspectos sociais e terapêuticos. Em Brasília, a tradição é mantida em casas especializadas ou em academias de ginástica. Existem, basicamente, dois tipos: as secas e as úmidas. As primeiras elevam a temperatura corpórea e deixam o ambiente mais ressecado. Construídas em madeira, elas são populares em países nórdicos e mantêm a temperatura entre 60ºC e 80ºC. As saunas úmidas são bem mais difundidas no Brasil e funcionam a vapor da água. Feitas em pedra ou azulejo, atingem até 50º C.
 
O estudante e atleta Túlio Cipriani, 21 anos, herdou do pai o costume de frequentar saunas. Sua primeira incursão foi aos 8 e não parou desde então. “A sauna é para relaxar. É um momento que eu tenho, fico sozinho, pensando em muita coisa. Quando venho depois do treino, reflito sobre o que eu posso melhorar”, avalia Túlio, que faz, em média, três sessões por semana.
 
A sauna pode ser aliada na prática de exercícios físicos, já que a vasodilatação proporcionada ajuda na recuperação do corpo. Além disso, rejuvenesce a pele, facilita a liberação de toxinas (pelo suor), promove o relaxamento e pode reorganizar o sistema cardiorrespiratório. Há indício de que os banhos de calor sejam benéficos em casos de paralisia cerebral. Pessoas nesse estado tiveram lesionadas áreas do cérebro, muitas vezes, por falta de oxigenação. A hipótese dos cientistas é que a sauna contribui para a chamada perfusão sanguínea. A perfusão sanguínea é a atividade de penetração do sangue em todos os seguimentos do corpo por via capilar e venular. A diminuição de oxigênio no sangue e a isquemia (comprometimento da perfusão) tendem a danificar as células cerebrais. A tolerância corpórea e a capacidade de cada pessoa definem o tempo limite de permanência dentro de uma sauna. Para o professor de educação física Marcellus Peixoto, a medida é o conforto e o bem-estar de cada um. “O tempo indicado de permanência em uma sauna é de 15 a 20 minutos, mas existem pessoas que suportam mais e pessoas que não aguentam nem 5 minutos”, explica. Os benefícios de uma sessão perduram por até 3 dias. Então, duas vezes por semana já está de bom tamanho.

 
Um dos maiores mitos envolvendo saunas diz respeito à perda de peso. O banho de calor não queima caloria. O que ocorre é que o corpo perde líquido e desidrata momentaneamente. A sauna é favorável à atividade física, mas a desidratação é capaz de reverter os eventuais benefícios. Com menor concentração de água, as reações químicas intracelulares tendem a não acontecer nas velocidades adequadas. A condução do impulso nervoso pode ficar prejudicada. Portanto, se passar do ponto, a sauna prejudica a resistência do corpo.
[...]

Texto adaptado: http://sites.uai.com.br/app/noticia/saudeplena/noticias/2014/03/08/noticia_saudeplena,147792/sauna-ajuda-nas-atividades-fisicas-e-organiza-o-sistema-respiratorio.shtml




Em “...é a atividade de penetração do sangue...”, a expressão destacada NÃO





  • A: é complemento verbal.
  • B: poderia ser substituída por “sanguínea” que o sentido continuaria o mesmo.
  • C: é uma locução adjetiva.
  • D: é formada pela contração de uma preposição + artigo e um substantivo.
  • E: apresenta um substantivo variável quanto ao número.


 Três motivos pelos quais você deve comer chocolate 
     

Entre as pesquisas que apontam para efeitos positivos do consumo do chocolate, as mais numerosas são, de longe, aquelas que associam o alimento a benefícios ao coração. Segundo um estudo publicado no ano passado no British Medical Journal (BMJ), por exemplo, é possível diminuir o risco de eventos cardiovasculares comendo chocolate amargo (com pelo menos 60% de cacau) todos os dias. Outro trabalho, feito na Universidade de Cambridge e divulgado em 2011, mediu o quão benéfico o chocolate pode ser ao coração: segundo o estudo, o consumo sem excessos do alimento diminui em 37% o risco de doenças cardíacas e em 29% as chances de acidente vascular cerebral (AVC). 

      Parte da redução das chances de doenças cardíacas proporcionada pelo chocolate pode ser explicada pelo fato de ele, antes disso, evitar o surgimento de fatores de risco ao coração, como hipertensão ou colesterol alto. De acordo com pesquisa australiana publicada em 2010 no periódico BMC Medicine, por exemplo, o chocolate amargo ajuda a diminuir a pressão arterial de pessoas que sofrem de hipertensão. 

      Em 2012, um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego, nos Estados Unidos, quebrou o mito de que chocolate engorda e ainda concluiu, surpreendentemente, que o alimento pode, na verdade, ajudar uma pessoa a emagrecer. Isso porque, das 1.000 pessoas que participaram da pesquisa, aquelas que comiam chocolate com maior frequência, embora consumissem mais calorias em um dia, foram as que apresentaram, em média, um índice de massa corporal (IMC) menor. Essa relação aconteceu principalmente quando o indivíduo consumia chocolate amargo. Segundo os autores do estudo, pode ser que as calorias no chocolate sejam 'neutras' — ou seja, que pequenas quantidades do alimento beneficiem o metabolismo, reduzam o acúmulo de gordura no corpo e, assim, compensem as calorias consumidas. Além disso, os pesquisadores acreditam que as propriedades antioxidantes do chocolate estejam por trás dos efeitos positivos demonstrados pelo trabalho. 

      Em uma pesquisa realizada em 2012 na Universidade de Áquila, na Itália, 90 idosos com mais de 70 anos que já apresentavam sinais de comprometimento cognitivo passaram dois meses consumindo diariamente uma bebida que misturava leite a um achocolatado com alto teor de cacau. A quantidade do achocolatado variava de acordo com o participante, podendo ser de 990, 520 ou 45 miligramas por dia. Ao final desse período, os pesquisadores avaliaram os idosos e descobriram que aqueles que consumiram quantidades alta e média do achocolatado, em comparação com o restante dos participantes, apresentaram uma melhora nos reflexos, na capacidade de realizar mais de uma atividade ao mesmo tempo, na memória verbal e na de trabalho (ou a curto prazo), além de melhores resultados em testes que avaliaram o raciocínio. Os autores do estudo atribuíram tais benefícios aos flavonoides, compostos presentes no cacau que, entre outros efeitos positivos, também são associados a benefícios ao coração — desde que aliados a uma dieta saudável.
 Adaptado de http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/isabel-clemente/noticia/2014/03/geracao-de-bpais-avosb.html

Em “... o chocolate amargo ajuda a diminuir a pressão arterial de pessoas que sofrem de hipertensão.", os termos destacados são, respectivamente, 




  • A: artigo, preposição e artigo.
  • B: preposição, artigo e preposição.
  • C: artigo, artigo e preposição.
  • D: artigo, artigo e artigo.
  • E: artigo, preposição e preposição.

O fascínio do bom humor

O que a obra de Sérgio Rodrigues nos ensina sobre bem viver

FLÁVIA YURI OSHIMA

O bom humor talvez seja um dos mais democráticos estados de espírito. Ele não exige fatos nem um ponto de vista determinado para existir. Não é preciso ser otimista, nem mesmo ouvir boas notícias, para ter bom humor. Claro que coisas boas e um estado de espírito positivo são terreno fértil para ele. Mas o bom humor é uma entidade independente, que pode ser preservada na adversidade e nos ânimos mais soturnos. O alemão Arthur Schopenhauer, conhecido como o mais pessimista dos flósofos, dizia que o bom humor é a única característica divina que o homem possui. Ele não tem relação com ser extrovertido e não obriga ninguém a dar risadas. Pode residir num espírito sereno, compenetrado. O bom humor está disponível a todos e em qualquer situação.

Junto com o espanto e a saudade, a partida de uma amiga querida e de um ídolo me fzeram pensar no bom humor esta semana. Não é preciso mencionar o quanto estar em volta de pessoas bem humoradas faz bem para o espírito. Quem é vivo e circula entre humanos sabe disso. O flósofo francês Émile-Auguste Chartier escreveu que o bom humor é um ato de generosidade: dá mais do que recebe. Discordo dele. Acho que os bem humorados recebem tanto quanto dão, dos outros e deles mesmo. Para mim, é uma espécie de carinho consigo mesmo. Já tenho tantos pepinos, para que o peso de ter de aguentar meu próprio mau humor? Estou tão cansada, para que ter de carregar ainda esse espírito rabugento? A vida é tão curta, as pessoas são tão frágeis, estamos todos no mesmo barco, de que adianta tanto mau humor? Falar é mais fácil que fazer. Por isso, é tão admirável conhecer pessoas que fazem do bom humor um jeito de encarar a vida, independentemente de como ela se apresente. É digno de menção.

Giovanna tinha 36 anos. Lutava contra um câncer na cabeça há dois. Era jornalista. Ela nos deixou no domingo, dia 31 de agosto. Era minha amiga. Sérgio Rodrigues tinha 87 anos. Perdeu a luta contra um câncer de próstata. Era arquiteto e design. Morreu segunda-feira, dia 1º de setembro. Era um ídolo para mim. Os dois não se conheciam. Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos. Passariam por avô e neta ou pai e flha, sem estranhamento.

A morte tem o poder de dar salvo conduto até para os mais insuportáveis, que ganham qualidades variadas depois da partida. Não é o caso desses dois. A gentileza e o bom humor de Giovana sempre foram um ponto fora da curva entre as dezenas de estudantes de comunicação chatonildos da faculdade - me incluo entre eles. A obra de Sérgio Rodrigues fala por si. Mesmo que você não goste de seu estilo, é difícil não esboçar um sorriso ao ver o resultado do seu trabalho. É leve, elegante, criativo e bem humorado. Sérgio Rodrigues tem peças nos acervos do Museu de Arte Moderna, em Nova York, nos museus de Estocolmo, na Suécia, e de Munique, na Bavária (Alemanha). É tido como o mestre do design mobiliário, e tem também casas e brinquedos entre suas obras.

Acho que cultivar o bom humor em situações extremas é uma forma de vitória. Sérgio conseguiu espalhar pelo mundo seu bom ânimo nas peças que criou, perpetuando-o. Giovana e a medicina não tinham mais recursos para combater aquela coisa que crescia em seu cérebro, mas ela o venceu, da maneira que pôde, com seu bom humor até o fm. O céu fcou mais leve com a chegada dos dois. Talvez até chova.

http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/Flavia-Yuri-Oshima/noti- cia/2014/09/o-fascinio-do-bbom-humorb.html



Em “Mas o bom humor de ambos os tornava parecidos.", os termos destacados são, respectivamente,




  • A: artigo e pronome.
  • B: artigo e preposição.
  • C: preposição e artigo.
  • D: pronome e artigo.
  • E: preposição e pronome.

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