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Texto CG2A1-I



Na cabeça do público, ciência forense significa tecnologia de última geração, profissionais bem equipados realizando experiências complexas em laboratórios impecáveis. Na verdade, a história real da ciência forense está repleta de pioneiros excêntricos e pesquisas perigosas.

Por séculos, cultivou-se a suspeita de que havia muito mais em um crime do que apenas depoimentos: que a cena do crime, a arma de um homicídio ou, ainda, algumas gotas de sangue poderiam ser testemunhas da verdade. O primeiro registro do uso da ciência forense na solução de um crime vem de um manual chinês para legistas escrito em 1247. Um dos diversos estudos de caso aí contidos acompanha a investigação de um esfaqueamento. O legista examinou os cortes no corpo da vítima, e então testou uma variedade de lâminas no cadáver de uma vaca. Ele concluiu que a arma do crime era uma foice. Apesar de descobrir o que havia causado os ferimentos, ainda havia um longo caminho até identificar a mão que empunhara a arma, então ele se voltou para os possíveis motivos. De acordo com a viúva, ele não tinha inimigos. A melhor pista veio da revelação de que a vítima fora incapaz de satisfazer o pagamento de uma dívida.

O legista acusou o agiota, que negou o crime. Mas, persistente como qualquer detetive de TV, ele ordenou que todos os adultos da vizinhança se alinhassem, com suas foices a seus pés. Embora não houvesse sinais visíveis de sangue em nenhuma das foices, em questão de segundos uma mosca pousou na foice do agiota. Uma segunda mosca pousou, e então outra. Quando confrontado novamente pelo legista, o agiota confessou. Ele havia tentado limpar sua lâmina, mas os insetos delatores, zumbindo silenciosamente a seus pés, frustraram sua tentativa.

Daniel Cruz. A macabra história do crime.

Internet: (com adaptações).

Com relação às ideias e aos aspectos linguísticos do texto CG2A1-I, assinale a opção correta.
  • A: No primeiro parágrafo, a expressão “pioneiros excêntricos” indica que os primeiros homens a trabalharem como legistas exerciam seu ofício com malícia e astúcia.
  • B: No primeiro período do segundo parágrafo, o termo “testemunhas” está empregado no plural porque concorda com a expressão “algumas gotas de sangue”.
  • C: No último período do último parágrafo, a expressão “insetos delatores” consiste em uma forma de personificação, relacionando o comportamento das moscas ao ato de denúncia do criminoso.
  • D: No antepenúltimo período do segundo parágrafo, a expressão “havia um longo caminho” refere-se ao prazo de que dispunha o legista para finalizar sua investigação.
  • E: No segundo período do terceiro parágrafo, a expressão “a seus pés” indica que os adultos da vizinhança deveriam colocar suas foices perto dos pés do legista.

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