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Choque elétrico

A União Europeia (UE) engatou marcha acelerada para eletrificar sua frota de veículos: em 2035, deixará de fabricar carros movidos a combustíveis fósseis. A medida faz parte da estratégia para zerar, em 2050, as emissões de carbono.
Com 27%, a fatia de vendas na China é mais que o dobro da média mundial de 13%. Lá, 6,2 milhões de veículos eletrificados chegaram às ruas em 2022 – entre os totalmente elétricos com baterias (BEV, na abreviação em inglês) e os híbridos que podem ser ligados na tomada (plug-ins, ou PHEV).
As vendas chinesas no setor cresceram 82% em 2022, enquanto o mercado automotivo geral encolhia 5,3%. No mundo, o avanço verde foi de 55%, ante retração de 0,5% nas vendas totais de veículos, segundo a base de dados EVvolumes.
Do ângulo da crise climática, pouco adiantará eletrificar a frota se a energia das baterias provier de fontes emissoras de carbono, como usinas alimentadas com carvão mineral, óleo ou gás natural. A matriz elétrica precisa ser toda renovável para fazer diferença contra o aquecimento global.
Nesse quesito, o Brasil ocupa posição ímpar, com 82,9% da eletricidade oriunda de fontes renováveis (hidráulica, eólica, solar e biomassa), contra 28,6% na média do planeta. Some-se a isso a alta produção de etanol e tem-se um enorme potencial para BEVs e PHEVs.
Os números são ínfimos, contudo. Circulam aqui apenas 135,3 mil elétricos e híbridos, menos de 0,1% da frota de veículos leves. As vendas têm aumentado, é fato, com 49,2 mil emplacamentos em 2022, incremento de 41% sobre o ano anterior, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico.
A maioria dos carros elétricos e híbridos disponíveis no mercado nacional é de modelos pouco acessíveis – e poderão ficar ainda mais caros, se o governo federal ouvir o pleito apresentado em fevereiro pela Anfavea de revogar a isenção do imposto de importação, com retorno da alíquota de 35%.
Ou seja, as montadoras querem garantir uma reserva de mercado. Enquanto a Europa acelera, no Brasil ameaçam puxar o freio de mão.

(Editorial. Folha de S.Paulo, 29.03.2023. Adaptado)

As informações do texto permitem concluir corretamente que
  • A: o Brasil reúne condições favoráveis para a implementação de uma frota automobilística com veículos elétricos e híbridos, todavia veículos desse gênero ainda são pouco acessíveis para a grande maioria dos consumidores devido aos preços altos.
  • B: a possibilidade de expansão dos carros elétricos, atendendo à estratégia de zerar as emissões de carbono até 2050, amplia-se na União Europeia e o Brasil segue esse exemplo, com a revogação da isenção do imposto de importação.
  • C: a média mundial de carros eletrificados mostra que a meta de emissão zero de carbono, prevista para 2050, será alcançada, para a surpresa da União Europeia, primeiro pela China, que já eletrificou 27% de sua frota, e depois pelo Brasil.
  • D: a crise climática se intensificará nas próximas décadas, pois a eletrificação dos veículos, como no Brasil, tem se dado com a matriz elétrica de fontes não renováveis, como usinas alimentadas com carvão mineral, óleo ou gás natural.
  • E: a eletrificação dos veículos é uma realidade incontestável na União Europeia e na China, mas ainda está distante do cotidiano brasileiro, no qual a frota de veículos leves eletrificados e híbridos é pequena e as vendas estão estagnadas desde 2022.

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