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                                                                       Por que temos filhos?
A pergunta do título comporta vários níveis de resposta. No plano biológico, a reprodução é um imperativo, fazendo parte de várias das definições de vida. Mas a biologia é só parte da história. A paternidade também encerra dimensões culturais, econômicas e emocionais.
        Inspirado em “Anti-Pluralism”, de William Galston, arrisco algumas reflexões sobre a matéria.
    Até o começo do século 19, filhos eram um ativo econômico. Ajudavam desde cedo com o trabalho doméstico, colaborando para o bem-estar da família, e ainda faziam as vezes de plano de aposentadoria para os pais.
      Hoje, contudo, crianças ficaram caras. E, para piorar,elas demoram muito até começar a trazer contribuições econômicas. Como observa Galston, no espaço de dois séculos, a criação de filhos deixou de ser um bem privado para tornar-se um bem público.
      Embora a paternidade possa trazer recompensas emocionais, do ponto de vista estritamente econômico, ela favorece a sociedade como um todo, enquanto a maior parte dos custos recai sobre os genitores.
      E por que crianças beneficiam a sociedade? A crer na análise de economistas como Julian Simon, riqueza são pessoas. Quanto mais gente, melhor, já que são indivíduos que têm ideias (além de consumir produtos) e são as novas ideias que vêm assegurando o brutal aumento de produtividade a que assistimos nos últimos 200 anos.
   E isso nos coloca diante de um dos grandes dilemas dos tempos modernos. Para assegurar a sustentabilidade da exploração dos recursos naturais do planeta, precisaríamos estabilizar ou até reduzir a população. Só que fazê-lo é uma espécie de suicídio econômico, já que ficaria muito difícil manter taxas positivas de crescimento, sem as quais instituições como previdência e até democracia representativa podem entrar em colapso.
(Hélio Schwartsman. Folha de S.Paulo. 18.11.2018. Adaptado)
Conforme opinião do autor, constitui um dos mais importantes dilemas da atualidade
  • A: a emergência de as famílias assumirem mais despesas com os filhos, já que os custos da paternidade pesam sobre estado, onerando-o cada vez mais.
  • B: a necessidade de contenção do aumento populacional, visando atenuar a exploração dos recursos naturais, e as consequências econômicas dessa medida.
  • C: a percepção da paternidade a partir do viés econômico, colocando em segundo plano as dimensões cultural e afetiva que envolvem as relações familiares.
  • D: a decisão entre manter ou impor controle sobre os altos índices de produtividade dos últimos anos, para ajustá-los à tendência de queda nos níveis de consumo.
  • E: o aumento sistemático da produtividade fundado na crença, muito combatida por economistas, de que quanto mais pessoas maior a geração de riqueza.

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