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    Fascínio
      De todos aqueles ratos de cinemateca que formaram a Nova Onda do cinema francês no final dos anos 60, só Truffaut ficou. Eu sei que os outros continuam aí, fazendo boas coisas, mas só de Truffaut pode-se dizer que se estabeleceu no ramo do cinema. A noite americana mostra o porquê. Truffaut nunca pretendeu do cinema nada além do cinema. O mais admirável em A noite americana é a sua contenção, a sua extrema economia de propósitos. Outro diretor teria aproveitado a oportunidade — um filme sobre a feitura de um filme — para armar um jogo intelectual qualquer, um truque de espelhos, a fantasia e a realidade, a arte e a vida, e olhem só como eu sou engenhoso. Truffaut, não. Faz um filme convencional sobre Truffaut fazendo um filme convencional. Mas Truffaut faz grandes filmes convencionais.
       Não é que ele seja superficial. Fellini também é um superficial e substitui as ideias pelo barroquismo de imagem. Está certo, a imagem inteligente é uma das formas que o cinema tem de ser profundo. Truffaut não se interessa em ser profundo. A primeira mágica do cinema, o fato do cinema em si, já basta como fascínio. Nada de muito extraordinário acontece em A noite americana, e a grande homenagem de Truffaut ao cinema é transformar o fato corriqueiro de um filme sendo feito num espetáculo extraordinário. Truffaut, como todos da sua geração, começou no cinema pelo deslumbramento. A diferença entre ele e o resto é que ele continua deslumbrado. Durante as quase duas horas de A Noite americana, o cinema reina e nos emociona.
      Profundamente. E Truffaut está tão comovido quanto a gente.
(Luis Fernando Verissimo. Banquete com os deuses: cinema, literatura, música e outras artes. Rio de Janeiro, Objetiva, 2011. Adaptado)



Segundo o autor, uma das características marcantes do estilo de Truffaut diz respeito ao fato de o cineasta
  • A: dissociar-se afetivamente do processo de criação artística.
  • B: desenvolver tramas sem paralelo com a experiência real.
  • C: fundir realidade e fantasia para criar imagens inusitadas.
  • D: enfocar num só filme um grande número de assuntos.
  • E: evitar a atitude pretensiosa durante o processo criativo.



Considerando o papel que a mídia ocupa na política contemporânea, somos obrigados a perguntar: em que espécie de democracia estamos pensando quando desejamos que nossa sociedade seja democrática? Permitam que eu comece contrapondo duas concepções diferentes de democracia. Uma delas considera que uma sociedade democrática é aquela em que o povo dispõe de condições de participar de maneira significativa na condução de seus assuntos pessoais e na qual os canais de informação são acessíveis e livres. Se você consultar no dicionário o verbete “democracia”, encontrará uma definição parecida com essa.
      Outra concepção de democracia é aquela que considera que o povo deve ser impedido de conduzir seus assuntos pessoais e os canais de informação devem ser estreita e rigidamente controlados. Esta pode parecer uma concepção estranha de democracia, mas é importante entender que ela é a concepção predominante. Vou dizer algumas palavras sobre essa noção de democracia.
      Consideremos a primeira operação de propaganda governamental de nossa era, que aconteceu no governo de Woodrow Wilson, eleito presidente dos Estados Unidos em 1916, bem na metade da Primeira Guerra Mundial. A população estava extremamente pacifista e não via motivo algum que justificasse o envolvimento numa guerra europeia. O governo Wilson estava, na verdade, comprometido com a guerra e tinha de fazer alguma coisa a respeito disso. Foi constituída uma comissão de propaganda governamental, a Comissão Creel, que conseguiu, em seis meses, transformar uma população pacifista numa população que queria destruir tudo o que fosse alemão, entrar na guerra e salvar o mundo.
      Entre os que participaram ativa e entusiasticamente na campanha liderada por Wilson estavam intelectuais progressistas, que lançaram mão dos instrumentos mais diversos para conduzir à guerra uma população relutante, por meio do terror e da indução a um fanatismo xenófobo. Inventaram, por exemplo, que os hunos cometiam uma série de atrocidades, como arrancar os braços de bebês belgas, e toda sorte de fatos horripilantes que ainda podem ser encontrados em alguns livros de história.
(Noam Chomsky. Mídia: propaganda política e manipulação. Trad. Fernando Santos. São Paulo, Martins Fontes, 2013. Adaptado)



Segundo o autor, a concepção de democracia que predomina na prática
  • A: nasceu com a iniciativa de intelectuais de oposição engajados com causas populares.
  • B: é uma negação da participação crítica e consciente do povo em questões políticas.
  • C: favorece a população, incapaz de conduzir com sabedoria seus assuntos pessoais.
  • D: foi construída a partir da submissão dos interesses do governo à vontade popular.
  • E: prescinde da mídia para manter a opinião pública sob o controle dos governantes.



Considerando o papel que a mídia ocupa na política contemporânea, somos obrigados a perguntar: em que espécie de democracia estamos pensando quando desejamos que nossa sociedade seja democrática? Permitam que eu comece contrapondo duas concepções diferentes de democracia. Uma delas considera que uma sociedade democrática é aquela em que o povo dispõe de condições de participar de maneira significativa na condução de seus assuntos pessoais e na qual os canais de informação são acessíveis e livres. Se você consultar no dicionário o verbete “democracia”, encontrará uma definição parecida com essa.
      Outra concepção de democracia é aquela que considera que o povo deve ser impedido de conduzir seus assuntos pessoais e os canais de informação devem ser estreita e rigidamente controlados. Esta pode parecer uma concepção estranha de democracia, mas é importante entender que ela é a concepção predominante. Vou dizer algumas palavras sobre essa noção de democracia.
      Consideremos a primeira operação de propaganda governamental de nossa era, que aconteceu no governo de Woodrow Wilson, eleito presidente dos Estados Unidos em 1916, bem na metade da Primeira Guerra Mundial. A população estava extremamente pacifista e não via motivo algum que justificasse o envolvimento numa guerra europeia. O governo Wilson estava, na verdade, comprometido com a guerra e tinha de fazer alguma coisa a respeito disso. Foi constituída uma comissão de propaganda governamental, a Comissão Creel, que conseguiu, em seis meses, transformar uma população pacifista numa população que queria destruir tudo o que fosse alemão, entrar na guerra e salvar o mundo.
      Entre os que participaram ativa e entusiasticamente na campanha liderada por Wilson estavam intelectuais progressistas, que lançaram mão dos instrumentos mais diversos para conduzir à guerra uma população relutante, por meio do terror e da indução a um fanatismo xenófobo. Inventaram, por exemplo, que os hunos cometiam uma série de atrocidades, como arrancar os braços de bebês belgas, e toda sorte de fatos horripilantes que ainda podem ser encontrados em alguns livros de história.
(Noam Chomsky. Mídia: propaganda política e manipulação. Trad. Fernando Santos. São Paulo, Martins Fontes, 2013. Adaptado)



A expressão “fanatismo xenófobo”, no contexto do último parágrafo, refere-se
  • A: à adesão irrefletida da população ao discurso de intolerância que favoreceu a entrada dos Estados Unidos na Primeira Guerra Mundial.
  • B: ao interesse do governo dos Estados Unidos em despertar no povo uma consciência política afinada com ideais antibelicistas.
  • C: ao esforço de intelectuais progressistas em explicar a situação de guerra contrapondo as vantagens e as desvantagens do conflito armado.
  • D: à despreocupação da sociedade norte-americana em face da ameaça representada por estrangeiros que se opunham politicamente aos EUA.
  • E: ao sentimento de reprovação que a população estadunidense demonstrou ao projeto de seu presidente apoiar uma guerra europeia.



  Considerando o papel que a mídia ocupa na política contemporânea, somos obrigados a perguntar: em que espécie de democracia estamos pensando quando desejamos que nossa sociedade seja democrática? Permitam que eu comece contrapondo duas concepções diferentes de democracia. Uma delas considera que uma sociedade democrática é aquela em que o povo dispõe de condições de participar de maneira significativa na condução de seus assuntos pessoais e na qual os canais de informação são acessíveis e livres. Se você consultar no dicionário o verbete “democracia”, encontrará uma definição parecida com essa.
      Outra concepção de democracia é aquela que considera que o povo deve ser impedido de conduzir seus assuntos pessoais e os canais de informação devem ser estreita e rigidamente controlados. Esta pode parecer uma concepção estranha de democracia, mas é importante entender que ela é a concepção predominante. Vou dizer algumas palavras sobre essa noção de democracia.
      Consideremos a primeira operação de propaganda governamental de nossa era, que aconteceu no governo de Woodrow Wilson, eleito presidente dos Estados Unidos em 1916, bem na metade da Primeira Guerra Mundial. A população estava extremamente pacifista e não via motivo algum que justificasse o envolvimento numa guerra europeia. O governo Wilson estava, na verdade, comprometido com a guerra e tinha de fazer alguma coisa a respeito disso. Foi constituída uma comissão de propaganda governamental, a Comissão Creel, que conseguiu, em seis meses, transformar uma população pacifista numa população que queria destruir tudo o que fosse alemão, entrar na guerra e salvar o mundo.
      Entre os que participaram ativa e entusiasticamente na campanha liderada por Wilson estavam intelectuais progressistas, que lançaram mão dos instrumentos mais diversos para conduzir à guerra uma população relutante, por meio do terror e da indução a um fanatismo xenófobo. Inventaram, por exemplo, que os hunos cometiam uma série de atrocidades, como arrancar os braços de bebês belgas, e toda sorte de fatos horripilantes que ainda podem ser encontrados em alguns livros de história.
(Noam Chomsky. Mídia: propaganda política e manipulação. Trad. Fernando Santos. São Paulo, Martins Fontes, 2013. Adaptado)



O acréscimo da vírgula mantém correto o seguinte trecho do texto:
  • A: … em que espécie de democracia estamos pensando, quando desejamos que nossa sociedade seja democrática? (1° parágrafo)
  • B: Permitam que eu comece contrapondo, duas concepções diferentes de democracia. (1° parágrafo)
  • C: Se você consultar no dicionário, o verbete “democracia”, encontrará uma definição parecida com essa. (1 parágrafo)
  • D: A população estava extremamente pacifista e não via motivo algum que justificasse, o envolvimento numa guerra europeia. (3° parágrafo)
  • E: Entre os que participaram ativa e entusiasticamente, na campanha liderada por Wilson estavam intelectuais progressistas… (4° parágrafo)



 Considerando o papel que a mídia ocupa na política contemporânea, somos obrigados a perguntar: em que espécie de democracia estamos pensando quando desejamos que nossa sociedade seja democrática? Permitam que eu comece contrapondo duas concepções diferentes de democracia. Uma delas considera que uma sociedade democrática é aquela em que o povo dispõe de condições de participar de maneira significativa na condução de seus assuntos pessoais e na qual os canais de informação são acessíveis e livres. Se você consultar no dicionário o verbete “democracia”, encontrará uma definição parecida com essa.
      Outra concepção de democracia é aquela que considera que o povo deve ser impedido de conduzir seus assuntos pessoais e os canais de informação devem ser estreita e rigidamente controlados. Esta pode parecer uma concepção estranha de democracia, mas é importante entender que ela é a concepção predominante. Vou dizer algumas palavras sobre essa noção de democracia.
      Consideremos a primeira operação de propaganda governamental de nossa era, que aconteceu no governo de Woodrow Wilson, eleito presidente dos Estados Unidos em 1916, bem na metade da Primeira Guerra Mundial. A população estava extremamente pacifista e não via motivo algum que justificasse o envolvimento numa guerra europeia. O governo Wilson estava, na verdade, comprometido com a guerra e tinha de fazer alguma coisa a respeito disso. Foi constituída uma comissão de propaganda governamental, a Comissão Creel, que conseguiu, em seis meses, transformar uma população pacifista numa população que queria destruir tudo o que fosse alemão, entrar na guerra e salvar o mundo.
      Entre os que participaram ativa e entusiasticamente na campanha liderada por Wilson estavam intelectuais progressistas, que lançaram mão dos instrumentos mais diversos para conduzir à guerra uma população relutante, por meio do terror e da indução a um fanatismo xenófobo. Inventaram, por exemplo, que os hunos cometiam uma série de atrocidades, como arrancar os braços de bebês belgas, e toda sorte de fatos horripilantes que ainda podem ser encontrados em alguns livros de história.
(Noam Chomsky. Mídia: propaganda política e manipulação. Trad. Fernando Santos. São Paulo, Martins Fontes, 2013. Adaptado)



Assinale a alternativa em que o trecho do texto está reescrito em conformidade com a norma-padrão da língua, tendo-se a expressão destacada substituída pelo pronome correspondente.
  • A: Permitam que eu comece contrapondo duas concepções diferentes de democracia. (1° parágrafo) → Permitam que eu comece contrapondo-nas.
  • B: Se você consultar no dicionário o verbete “democracia”… (1° parágrafo) → Se você lhe consultar no dicionário…
  • C: … o povo deve ser impedido de conduzir seus assuntos pessoais… (2° parágrafo) → … o povo deve ser impedido de conduzir-nos…
  • D: … motivo algum que justificasse o envolvimento numa guerra europeia. (3° parágrafo) → … motivo algum que o justificasse.
  • E: … lançaram mão dos instrumentos mais diversos para conduzir à guerra uma população relutante… (4° parágrafo) → … lançaram mão dos instrumentos mais diversos para lhe conduzir à guerra…

A concordância está de acordo com a norma-padrão na seguinte frase:
  • A: Em uma concepção de democracia, são atribuídos o controle dos assuntos pessoais e dos canais de informação a uma elite.
  • B: Para convencer uma população pacífica a apoiar a entrada de seu país na guerra, empregou-se os instrumentos mais diversos.
  • C: Foi utilizado várias técnicas de promoção do terror para incutir o espírito xenófobo e belicoso na sociedade estadunidense.
  • D: Espalharam-se o boato de que os hunos, povo bárbaro e nômade da Ásia central, arrancavam os braços de bebês belgas.
  • E: A princípio, não se viam justificativas consistentes para o envolvimento dos Estados Unidos numa guerra europeia.

Leia a charge.



(Gazeta do Povo, 01.12.2016)

 


O motivo pelo qual se separa entre vírgulas o termo “Baiano” também está presente na seguinte frase:

  • A: Era um lugar estranho, ou melhor, onde coisas sem explicação aconteciam.
  • B: Foi em Curitiba, capital do Paraná, que seu coração ganhou companhia.
  • C: A jovem Veridiana, que estava em viagem, acabou sem saber da tragédia.
  • D: Eu lhe disse, meu amigo, que esta cidade tem belezas e encantamentos.
  • E: Ficava a pensar em coisas absurdas, por exemplo, nos sonhos das formigas.



Leia o texto a seguir para responder a questão.
    Notícias falsas sempre circularam. Sobretudo nos estratos menos expostos ao jornalismo e a outras formas de conhecimento verificável, boatos encontram terreno para se propagar.
    Basta recordar a persistente crença sobre a falsidade das viagens tripuladas à Lua, cujas imagens teriam sido forjadas pela Nasa. No âmbito nacional, murmurou-se durante anos que o presidente Tancredo Neves fora vítima de um atentado que se dissimulara como doença.
    A novidade é que as redes sociais da internet se mostram o veículo ideal para a difusão de notícias falsas. Não apenas estapafúrdias, como seria de esperar, mas às vezes inventadas de modo a favorecer interesses e prejudicar adversários.
    A circulação instantânea, própria desse meio, propicia a formação de ondas de credulidade. Estimuladas pelos algoritmos das empresas que integram o oligopólio da internet, essas ondas conferem escala e ritmo inéditos à tradicional circulação de boatos.
    Dado que as pessoas, nas redes sociais, tendem a se agregar por afinidade de crenças, não é difícil que os rumores se disseminem sem serem confrontados por crítica ou contraponto.
    O melhor antídoto para os males da liberdade de expressão é a própria liberdade de expressão, que tende a encontrar formas de se autocorrigir. E o melhor antídoto contra as falsidades apresentadas como jornalismo é a prática do bom jornalismo, comprometido com a veracidade dos fatos que relata e com a pluralidade de pontos de vista no que concerne às questões controversas.
    Embora haja remédios legais para reparar os excessos, a maioria dos casos passará despercebida no ruído incessante da internet.
(Folha de S.Paulo, 26.02.2017. Adaptado)



Ao estabelecer um paralelo entre o conhecimento verificável e os boatos, o autor reconhece que
  • A: estes buscam, geralmente, a verdade existente por trás dos fatos.
  • B: aquele é garantido pelas empresas que integram o oligopólio da internet.
  • C: ambos acabam tendo como objetivo a difusão de notícias falsas.
  • D: aquele se fundamenta em crenças e atende a interesses obscuros.
  • E: estes têm um espaço de disseminação maior por meio das redes sociais.



Leia o texto a seguir para responder a questão.
    Notícias falsas sempre circularam. Sobretudo nos estratos menos expostos ao jornalismo e a outras formas de conhecimento verificável, boatos encontram terreno para se propagar.
    Basta recordar a persistente crença sobre a falsidade das viagens tripuladas à Lua, cujas imagens teriam sido forjadas pela Nasa. No âmbito nacional, murmurou-se durante anos que o presidente Tancredo Neves fora vítima de um atentado que se dissimulara como doença.
    A novidade é que as redes sociais da internet se mostram o veículo ideal para a difusão de notícias falsas. Não apenas estapafúrdias, como seria de esperar, mas às vezes inventadas de modo a favorecer interesses e prejudicar adversários.
    A circulação instantânea, própria desse meio, propicia a formação de ondas de credulidade. Estimuladas pelos algoritmos das empresas que integram o oligopólio da internet, essas ondas conferem escala e ritmo inéditos à tradicional circulação de boatos.
    Dado que as pessoas, nas redes sociais, tendem a se agregar por afinidade de crenças, não é difícil que os rumores se disseminem sem serem confrontados por crítica ou contraponto.
    O melhor antídoto para os males da liberdade de expressão é a própria liberdade de expressão, que tende a encontrar formas de se autocorrigir. E o melhor antídoto contra as falsidades apresentadas como jornalismo é a prática do bom jornalismo, comprometido com a veracidade dos fatos que relata e com a pluralidade de pontos de vista no que concerne às questões controversas.
    Embora haja remédios legais para reparar os excessos, a maioria dos casos passará despercebida no ruído incessante da internet.
(Folha de S.Paulo, 26.02.2017. Adaptado)



Em sua análise, o autor deixa claro que
  • A: a existência de notícias falsas é comum na rotina do homem.
  • B: a Nasa forjou as imagens da viagem do homem à Lua.
  • C: a velocidade de circulação das falsas notícias tem diminuído.
  • D: a doença de Tancredo Neves dissipou dúvidas sobre um atentado.
  • E: a internet pouco tem servido às pessoas para o debate crítico.



Leia o texto a seguir para responder a questão.
    Notícias falsas sempre circularam. Sobretudo nos estratos menos expostos ao jornalismo e a outras formas de conhecimento verificável, boatos encontram terreno para se propagar.
    Basta recordar a persistente crença sobre a falsidade das viagens tripuladas à Lua, cujas imagens teriam sido forjadas pela Nasa. No âmbito nacional, murmurou-se durante anos que o presidente Tancredo Neves fora vítima de um atentado que se dissimulara como doença.
    A novidade é que as redes sociais da internet se mostram o veículo ideal para a difusão de notícias falsas. Não apenas estapafúrdias, como seria de esperar, mas às vezes inventadas de modo a favorecer interesses e prejudicar adversários.
    A circulação instantânea, própria desse meio, propicia a formação de ondas de credulidade. Estimuladas pelos algoritmos das empresas que integram o oligopólio da internet, essas ondas conferem escala e ritmo inéditos à tradicional circulação de boatos.
    Dado que as pessoas, nas redes sociais, tendem a se agregar por afinidade de crenças, não é difícil que os rumores se disseminem sem serem confrontados por crítica ou contraponto.
    O melhor antídoto para os males da liberdade de expressão é a própria liberdade de expressão, que tende a encontrar formas de se autocorrigir. E o melhor antídoto contra as falsidades apresentadas como jornalismo é a prática do bom jornalismo, comprometido com a veracidade dos fatos que relata e com a pluralidade de pontos de vista no que concerne às questões controversas.
    Embora haja remédios legais para reparar os excessos, a maioria dos casos passará despercebida no ruído incessante da internet.
(Folha de S.Paulo, 26.02.2017. Adaptado)



De acordo com o texto, um dos males da liberdade de expressão é
  • A: a própria liberdade de expressão, que estimula a apreensão crítica do conhecimento.
  • B: a veiculação de falsas informações, que devem ser combatidas por meio do bom jornalismo.
  • C: a pluralidade de pontos de vistas, que comprometem a apreensão crítica das notícias veiculadas.
  • D: a excessiva preocupação da maioria das pessoas com as falsas informações, prejudicando o bom jornalismo.
  • E: a autocorreção nos veículos de comunicação, que compromete a apreensão crítica do conhecimento.

Exibindo de 20011 até 20020 de 24771 questões.