Questões

Filtrar por:

limpar filtros

Foram encontradas 24778 questões.
[Pai e filho]
 

 



          No romance Paradiso o grande escritor cubano José Lezama Lima diz que um ser humano só começa a envelhecer depois da morte do pai. Freud atribui a essa morte um dos grandes traumas de um filho.


          A amizade e a cumplicidade quase sempre prevalecem sobre as discussões, discórdias e outras asperezas de uma relação às vezes complicada, mas sempre profunda. Às vezes você lamenta não ter conversado mais com o seu pai, não ter convivido mais tempo com ele. Mas há também pais terríveis, opressores e tirânicos.


          Exemplo desse caso está na literatura, na Carta ao pai, de Franz Kafka. É esse um dos exemplos notáveis do pai castrador, que interfere nas relações amorosas e na profissão do filho. Um pai que não se conforma com um grão de felicidade do jovem Franz.




          A Carta é o inventário de uma vida infernal. É difícil saber até que ponto o pai de Kafka na Carta é totalmente verdadeiro. Pode se tratar de uma construção ficcional ou um pai figurado, mais ou menos próximo do verdadeiro. Mas isso atenua o sofrimento do narrador? O leitor acredita na figuração desse pai. Em cada página, o que prevalece é uma alternância de sofrimento e humilhação, imposta por um homem prepotente e autoritário.


                                                       (Adaptado de: HATOUM, Milton. Um solitário à espreita. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 204-205)


O autor relativiza uma percepção positiva da relação entre pai e filho para dar início a uma percepção inteiramente contrária com esta frase:






  • A: um ser humano só começa a envelhecer depois da morte do pai (1º parágrafo).
  • B: Às vezes você lamenta não ter conversado mais com o seu pai (2º parágrafo).
  • C: A Carta é o inventário de uma vida infernal (3º parágrafo).
  • D: Mas há também pais terríveis, opressores e tirânicos (2º parágrafo)
  • E: A amizade e a cumplicidade quase sempre prevalecem (2º parágrafo).

[Pai e filho]
 

 



          No romance Paradiso o grande escritor cubano José Lezama Lima diz que um ser humano só começa a envelhecer depois da morte do pai. Freud atribui a essa morte um dos grandes traumas de um filho.


          A amizade e a cumplicidade quase sempre prevalecem sobre as discussões, discórdias e outras asperezas de uma relação às vezes complicada, mas sempre profunda. Às vezes você lamenta não ter conversado mais com o seu pai, não ter convivido mais tempo com ele. Mas há também pais terríveis, opressores e tirânicos.


          Exemplo desse caso está na literatura, na Carta ao pai, de Franz Kafka. É esse um dos exemplos notáveis do pai castrador, que interfere nas relações amorosas e na profissão do filho. Um pai que não se conforma com um grão de felicidade do jovem Franz.




          A Carta é o inventário de uma vida infernal. É difícil saber até que ponto o pai de Kafka na Carta é totalmente verdadeiro. Pode se tratar de uma construção ficcional ou um pai figurado, mais ou menos próximo do verdadeiro. Mas isso atenua o sofrimento do narrador? O leitor acredita na figuração desse pai. Em cada página, o que prevalece é uma alternância de sofrimento e humilhação, imposta por um homem prepotente e autoritário.


                                                       (Adaptado de: HATOUM, Milton. Um solitário à espreita. São Paulo: Companhia das Letras, 2013, p. 204-205)

Se bem observados na sequência do texto, os três parágrafos constituem








  • A: uma progressão lógica para a tese defendida por Freud, segundo a qual a morte de um pai é um grande trauma para o filho.
  • B: a defesa da tese geral do escritor José Lezama Lima, a partir da qual se considera a existência opressiva de pais tirânicos.
  • C: uma trajetória que parte da constatação e da afirmação do valor de um pai para culminar num caso de paternidade cruel e prepotente.
  • D: o desenvolvimento de um raciocínio que apresenta uma tese no primeiro parágrafo, contradita-a no segundo e a retoma no terceiro
  • E: diferentes posições que, ao enfocarem o fenômeno da paternidade, não estabelecem relação entre si.

Educação familiar
 


           A família cumpre cada vez menos a sua função de instituição de aprendizagem e educação. Ouve-se dizer hoje, repetidamente, o mesmo a respeito dos filhos de famílias das camadas superiores da sociedade, “nada trouxeram de casa”. Os professores universitários comprovam até que ponto é escassa a formação substancial, realmente experimentada pelos jovens, que possa ser considerada como pré-adquirida.


           Mas isso depende do fato de que a formação cultural perdeu a sua utilidade prática. Mesmo que a família ainda se esforçasse por transmiti-la, a tentativa estaria condenada ao fracasso porque, com a certeza dos bens familiares hereditários, esvaziaram-se alguns motivos de insegurança e sentimento de desproteção. Por parte dos filhos, a tendência atual consiste em furtarem-se a essa educação, que se apresenta como uma introversão inoportuna, e em orientarem-se, de preferência, pelas exigências da chamada “vida real”.


          O momento específico da renúncia pessoal, que hoje mutila os indivíduos, impedindo a individuação, não é a proibição familiar, ou não o é inteiramente, mas a frieza, a indiferença tanto mais penetrante quanto mais desagregada e vulnerável a família se torna.


                               (Adaptado de: HORKHEIMER, Max, e ADORNO, Theodor (orgs.). Temas básicos da Sociologia. São Paulo: Cultrix, 1973, p. 143)



Numa nova redação de um segmento do texto, mantém-se a adequada correlação entre tempos e modos verbais em:

  • A: Os professores universitários comprovariam até que ponto seja escassa a formação substancial dos jovens.
  • B: Mas isso dependerá do fato de que a formação cultural perdia sua utilidade prática.
  • C: Mesmo que a família venha a se esforçar por transmiti-la, a tentativa estará condenada ao fracasso.
  • D: A tendência atual consistiria em que hão de se furtar a essa educação.
  • E: O momento específico da renúncia pessoal, não sendo a proibição familiar, ou não o fosse inteiramente, é a frieza, a indiferença.

Educação familiar
 


           A família cumpre cada vez menos a sua função de instituição de aprendizagem e educação. Ouve-se dizer hoje, repetidamente, o mesmo a respeito dos filhos de famílias das camadas superiores da sociedade, “nada trouxeram de casa”. Os professores universitários comprovam até que ponto é escassa a formação substancial, realmente experimentada pelos jovens, que possa ser considerada como pré-adquirida.


           Mas isso depende do fato de que a formação cultural perdeu a sua utilidade prática. Mesmo que a família ainda se esforçasse por transmiti-la, a tentativa estaria condenada ao fracasso porque, com a certeza dos bens familiares hereditários, esvaziaram-se alguns motivos de insegurança e sentimento de desproteção. Por parte dos filhos, a tendência atual consiste em furtarem-se a essa educação, que se apresenta como uma introversão inoportuna, e em orientarem-se, de preferência, pelas exigências da chamada “vida real”.


          O momento específico da renúncia pessoal, que hoje mutila os indivíduos, impedindo a individuação, não é a proibição familiar, ou não o é inteiramente, mas a frieza, a indiferença tanto mais penetrante quanto mais desagregada e vulnerável a família se torna.


                               (Adaptado de: HORKHEIMER, Max, e ADORNO, Theodor (orgs.). Temas básicos da Sociologia. São Paulo: Cultrix, 1973, p. 143)


Há ocorrência de forma verbal na voz passiva e pleno atendimento às regras de concordância na frase:


  • A: As funções educativas que em nossos dias deveriam assumir a família do jovem passaram a ocupar um plano inteiramente secundário.
  • B: No caso de ser assumido pelas famílias seu papel educativo, os jovens passariam a ser os grandes beneficiários dessa iniciativa.
  • C: Assumir a família um papel complementar no processo educacional corresponde a uma das iniciativas de que não podem se esquivar.
  • D: Ainda que não caibam às famílias assumir o protagonismo do processo educacional, não há como se furtarem a participar desse processo.
  • E: Imagina-se que em algum momento as famílias venham a assumir o papel que delas se esperam ao longo de um processo educacional.

Educação familiar
 


           A família cumpre cada vez menos a sua função de instituição de aprendizagem e educação. Ouve-se dizer hoje, repetidamente, o mesmo a respeito dos filhos de famílias das camadas superiores da sociedade, “nada trouxeram de casa”. Os professores universitários comprovam até que ponto é escassa a formação substancial, realmente experimentada pelos jovens, que possa ser considerada como pré-adquirida.


           Mas isso depende do fato de que a formação cultural perdeu a sua utilidade prática. Mesmo que a família ainda se esforçasse por transmiti-la, a tentativa estaria condenada ao fracasso porque, com a certeza dos bens familiares hereditários, esvaziaram-se alguns motivos de insegurança e sentimento de desproteção. Por parte dos filhos, a tendência atual consiste em furtarem-se a essa educação, que se apresenta como uma introversão inoportuna, e em orientarem-se, de preferência, pelas exigências da chamada “vida real”.


          O momento específico da renúncia pessoal, que hoje mutila os indivíduos, impedindo a individuação, não é a proibição familiar, ou não o é inteiramente, mas a frieza, a indiferença tanto mais penetrante quanto mais desagregada e vulnerável a família se torna.


                               (Adaptado de: HORKHEIMER, Max, e ADORNO, Theodor (orgs.). Temas básicos da Sociologia. São Paulo: Cultrix, 1973, p. 143)


Está plenamente clara e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:


  • A: No caso de a educação formal for insuficiente, apelem-se para as providências que cabem à família tomar.
  • B: Aos jovens de hoje reserva-se poucos cuidados no que tocam à sua educação, restringindo à bem poucas iniciativas.
  • C: Os filhos de hoje recusam-se à admitir que lhes cabe alguma educação que provisse de seus pais ou responsáveis.
  • D: A razão onde melhor se justifica a irrelevância da presente educação familiar estima-se que é a frieza dos que são indiferentes.
  • E: Os indivíduos de nosso tempo, impedidos de se determinarem como tais, são como que mutilados por essa privação de simesmos.

Educação familiar
 


           A família cumpre cada vez menos a sua função de instituição de aprendizagem e educação. Ouve-se dizer hoje, repetidamente, o mesmo a respeito dos filhos de famílias das camadas superiores da sociedade, “nada trouxeram de casa”. Os professores universitários comprovam até que ponto é escassa a formação substancial, realmente experimentada pelos jovens, que possa ser considerada como pré-adquirida.


           Mas isso depende do fato de que a formação cultural perdeu a sua utilidade prática. Mesmo que a família ainda se esforçasse por transmiti-la, a tentativa estaria condenada ao fracasso porque, com a certeza dos bens familiares hereditários, esvaziaram-se alguns motivos de insegurança e sentimento de desproteção. Por parte dos filhos, a tendência atual consiste em furtarem-se a essa educação, que se apresenta como uma introversão inoportuna, e em orientarem-se, de preferência, pelas exigências da chamada “vida real”.


          O momento específico da renúncia pessoal, que hoje mutila os indivíduos, impedindo a individuação, não é a proibição familiar, ou não o é inteiramente, mas a frieza, a indiferença tanto mais penetrante quanto mais desagregada e vulnerável a família se torna.


                               (Adaptado de: HORKHEIMER, Max, e ADORNO, Theodor (orgs.). Temas básicos da Sociologia. São Paulo: Cultrix, 1973, p. 143)


Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento em:


  • A: a sua função de instituição (1º parágrafo) = a sua identidade funcional
  • B: é escassa a formação substancial (1º parágrafo) = é substanciosa a escassez formativa
  • C: esvaziaram-se alguns motivos (2º parágrafo) = restringiram-se certos pretextos
  • D: consiste em furtarem-se (2º parágrafo) = reside em se esquivarem
  • E: impedindo a individuação (3º parágrafo) = expurgando o individualismo

Considere o texto abaixo.
Educação familiar
 


           A família cumpre cada vez menos a sua função de instituição de aprendizagem e educação. Ouve-se dizer hoje, repetidamente, o mesmo a respeito dos filhos de famílias das camadas superiores da sociedade, “nada trouxeram de casa”. Os professores universitários comprovam até que ponto é escassa a formação substancial, realmente experimentada pelos jovens, que possa ser considerada como pré-adquirida.


           Mas isso depende do fato de que a formação cultural perdeu a sua utilidade prática. Mesmo que a família ainda se esforçasse por transmiti-la, a tentativa estaria condenada ao fracasso porque, com a certeza dos bens familiares hereditários, esvaziaram-se alguns motivos de insegurança e sentimento de desproteção. Por parte dos filhos, a tendência atual consiste em furtarem-se a essa educação, que se apresenta como uma introversão inoportuna, e em orientarem-se, de preferência, pelas exigências da chamada “vida real”.


          O momento específico da renúncia pessoal, que hoje mutila os indivíduos, impedindo a individuação, não é a proibição familiar, ou não o é inteiramente, mas a frieza, a indiferença tanto mais penetrante quanto mais desagregada e vulnerável a família se torna.


                               (Adaptado de: HORKHEIMER, Max, e ADORNO, Theodor (orgs.). Temas básicos da Sociologia. São Paulo: Cultrix, 1973, p. 143)



No segundo parágrafo, a expressão introversão inoportuna indica

  • A: o juízo que fazem os jovens de hoje de uma eventual iniciativa educacional da família.
  • B: a maneira pela qual reage a sociedade quando está em risco a educação familiar.
  • C: a reação dos pais quando solicitados a se encarregarem de iniciativas educacionais.
  • D: o programa que antigamente pautava a escolarização dos estudantes universitários.
  • E: o modo pelo qual se planeja reconstituir a importância da educação familiar.

Educação familiar
 


           A família cumpre cada vez menos a sua função de instituição de aprendizagem e educação. Ouve-se dizer hoje, repetidamente, o mesmo a respeito dos filhos de famílias das camadas superiores da sociedade, “nada trouxeram de casa”. Os professores universitários comprovam até que ponto é escassa a formação substancial, realmente experimentada pelos jovens, que possa ser considerada como pré-adquirida.


           Mas isso depende do fato de que a formação cultural perdeu a sua utilidade prática. Mesmo que a família ainda se esforçasse por transmiti-la, a tentativa estaria condenada ao fracasso porque, com a certeza dos bens familiares hereditários, esvaziaram-se alguns motivos de insegurança e sentimento de desproteção. Por parte dos filhos, a tendência atual consiste em furtarem-se a essa educação, que se apresenta como uma introversão inoportuna, e em orientarem-se, de preferência, pelas exigências da chamada “vida real”.


          O momento específico da renúncia pessoal, que hoje mutila os indivíduos, impedindo a individuação, não é a proibição familiar, ou não o é inteiramente, mas a frieza, a indiferença tanto mais penetrante quanto mais desagregada e vulnerável a família se torna.


                               (Adaptado de: HORKHEIMER, Max, e ADORNO, Theodor (orgs.). Temas básicos da Sociologia. São Paulo: Cultrix, 1973, p. 143)


 

De acordo com o primeiro parágrafo do texto,





  • A: a irrelevância da família na formação educativa de seus filhos deve-se ao papel assumido pelos professores universitários.
  • B: a frase “nada trouxeram de casa” situa com precisão a causa de a educação familiar ter perdido toda a sua relevância
  • C: a crescente irrelevância da família como instituição educativa transparece na escassa formação apresentada pelos jovens.
  • D: o cumprimento da função educativa que cabe à família compromete-se por conta de uma formação pré-adquirida
  • E: as camadas superiores da sociedade têm repetido que seus filhos já nada podem levar de casa como processo educativo.

              Conversas movimentadas
 



           É muito comum que logo pela manhã, nas grandes cidades, a conversa entre colegas de trabalho se inicie por frases que aludam aos congestionamentos enfrentados no caminho, ou à surpresa de o trânsito naquela praça não estar inteiramente prejudicado, ou então – milagre dos milagres! − ao fato inexplicável de como dessa vez não demorou quase nada a travessia da famosa ponte. Tais assuntos dominam as conversas, determinam o humor; representam-se nelas o pequeno drama, a ansiedade, a aflição ou o desespero que vivem os habitantes das metrópoles.


           É um assunto tão invasivo quanto obrigatório, do qual não se pode fugir. A simples locomoção de um lugar para outro reedita, a cada dia, a façanha que é o ir e o vir nas grandes cidades, o desafio que está na chamada “mobilidade urbana”, designação do conjunto de fatores que condicionam a movimentação dos indivíduos no espaço público. A mobilidade urbana tem enorme importância para a qualidade de vida da população. Não se trata, simplesmente, da movimentação mecânica de um lugar para outro; trata-se do modo pelo qual ela ocorre, de seus efeitos no cotidiano, da fixação de prazos e horários de trabalho e lazer, do humor dos indivíduos, dos prazeres e desprazeres que acarreta.


           Falar do trânsito, sobretudo de suas dificuldades que parecem fatais, torna-se, assim, mais do que um papo corriqueiro: vira uma espécie de senha familiar pela qual todos se reconhecem, um motivo para se reafirmar aquela cumplicidade solidária que os problemas comuns provocam nas criaturas. Um considerável salto civilizatório se dará quando as pessoas, no começo do dia de trabalho, não tiverem do que se queixar quanto à sua mobilidade, e puderem tratar de outros assuntos que melhor as congreguem.






                                                                                                                                                                            (Salustino Penteado, inédito)



No 1º parágrafo, o segmento Tais assuntos dominam as conversas está-se referindo






  • A: às contrariedades de ordem pessoal que cada um dos colegas de trabalho experimenta logo pela manhã.
  • B: aos fatos excepcionais de que se teve notícia pelos noticiários lidos já no começo da jornada de trabalho.
  • C: a desafios comuns das grandes metrópoles, afetos à necessidade e à qualidade de locomoção.
  • D: aos específicos transtornos causados por obras, numa praça ou num viaduto, que se prolongam no tempo.
  • E: às surpresas que os habitantes de uma metrópole experimentam diante da resolução dos problemas do trânsito.

              Conversas movimentadas
 



           É muito comum que logo pela manhã, nas grandes cidades, a conversa entre colegas de trabalho se inicie por frases que aludam aos congestionamentos enfrentados no caminho, ou à surpresa de o trânsito naquela praça não estar inteiramente prejudicado, ou então – milagre dos milagres! − ao fato inexplicável de como dessa vez não demorou quase nada a travessia da famosa ponte. Tais assuntos dominam as conversas, determinam o humor; representam-se nelas o pequeno drama, a ansiedade, a aflição ou o desespero que vivem os habitantes das metrópoles.


           É um assunto tão invasivo quanto obrigatório, do qual não se pode fugir. A simples locomoção de um lugar para outro reedita, a cada dia, a façanha que é o ir e o vir nas grandes cidades, o desafio que está na chamada “mobilidade urbana”, designação do conjunto de fatores que condicionam a movimentação dos indivíduos no espaço público. A mobilidade urbana tem enorme importância para a qualidade de vida da população. Não se trata, simplesmente, da movimentação mecânica de um lugar para outro; trata-se do modo pelo qual ela ocorre, de seus efeitos no cotidiano, da fixação de prazos e horários de trabalho e lazer, do humor dos indivíduos, dos prazeres e desprazeres que acarreta.


           Falar do trânsito, sobretudo de suas dificuldades que parecem fatais, torna-se, assim, mais do que um papo corriqueiro: vira uma espécie de senha familiar pela qual todos se reconhecem, um motivo para se reafirmar aquela cumplicidade solidária que os problemas comuns provocam nas criaturas. Um considerável salto civilizatório se dará quando as pessoas, no começo do dia de trabalho, não tiverem do que se queixar quanto à sua mobilidade, e puderem tratar de outros assuntos que melhor as congreguem.






                                                                                                                                                                            (Salustino Penteado, inédito)




No 2º parágrafo do texto, a “mobilidade urbana”






  • A: surge para ser contestada como um problema real que de fato aflija a maior parte da população de uma metrópole.
  • B: é definida como um conceito que diz respeito não apenas a soluções técnicas mas também à qualidade de vida.
  • C: é apresentada como uma busca de melhor qualidade de vida daqueles que se afastam dos grandes centros.
  • D: aparece como uma expressão ainda abstrata, pela qual se tenta qualificar os desafios da vida metropolitana.
  • E: é lembrada para indicar a iminência de uma superação dos transtornos causados pela densidade demográfica das capitais.

Exibindo de 18191 até 18200 de 24778 questões.