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O emprego dos sinais de pontuação está de acordo com a norma-padrão em:
  • A: Por mais que, gostemos de roupas novas, é preciso conter o consumismo aproveitando bem, as que já temos.
  • B: O avô dele gosta: de manter o pulôver sempre limpo e no mesmo lugar, de sempre.
  • C: É necessário que de vez em quando se faça; uma organização geral dos objetos, usados em casa.
  • D: Enquanto os pais separavam os brinquedos, cuidadosamente, os filhos viam as roupas que não usavam mais.
  • E: Acumular, objetos que não são mais usados não faz bem, e há pessoas que não têm nada e estão precisando deles.

Meninos e gibis
Fomos uma geração de bons meninos. E acreditem: em boa parte por causa dos heróis dos quadrinhos. Éramos viciados em gibis. Nosso ideal do bem pode ser creditado ao Batman & Cia. Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação e virtude.

Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil, sem cobrar pela lição. Não era só por exigência da família, da escola ou da religião que os meninos tinham de ser bons e retos: eles queriam ser retos e bons – como os heróis.

Viviam o bem na imaginação, porque o bem era a condição do herói. A lei e a ordem eram a regra dentro da qual eles transitavam. Eram o lado certo que combatia o lado errado.

Atualmente não sei. Parei de ler gibis, só pego um ou outro da seção nostalgia. Nos anos 70 e 80, ainda surgiram heróis interessantes, mas alguns parecem cheios de ódio, como o Wolverine, ou vítimas confusas sem noção de bem e mal, como o Hulk. Complicou-se a simplicidade do bem. Na televisão, os heróis urram, gritam, destroem, torturam, estridentes como os arqui-inimigos maléficos. Não são simples e afinados com seus dons, como os heróis clássicos, são complexos, dramáticos e ambíguos, como ficou o mundo.

E a generosidade e a renúncia? Ah, os heróis antigos abriam mão de necessidades pessoais: atividades particulares, noivas, afetos, bens – tudo ficava em segundo plano. E a modéstia? Muitos tinham uma identidade secreta, não visavam ao aplauso pessoal. Longe deles a pretensão do brilho e a tentação das revistas de celebridades. E a coragem? Nada havia que os intimidasse. Não conheço ninguém assim, mas acalento a expectativa otimista de que essa generosidade um dia se manifeste não em mim (modesto de santidade e preguiçoso de ações), mas em alguém.

É difícil avaliar quanto dessas virtudes resistiu dentro de nós, mas as habilidades e os superpoderes certamente convivem conosco no campo dos sonhos e delírios.

(Ivan Angelo. https://vejasp.abril.com.br/cidades/meninos-gibis. Adaptado)

Assinale a alternativa correta a respeito das informações do texto.
  • A: O autor declara que pertenceu a uma geração de bons meninos, porque consumia largamente gibis devido às limitadas opções de diversão.
  • B: Os gibis publicados à época em que o autor era um garoto preenchiam o imaginário infantil com modelos de heróis calcados na ética e na retidão.
  • C: As crianças dos anos 70 e 80 espelhavam-se nas personagens dos gibis em decorrência da educação moralizante vinda da família e da escola.
  • D: Os enredos das histórias em quadrinhos tornaram-se mais complexos e cheios de violência, evidenciando uma discrepância em relação à sociedade atual.
  • E: Personagens mais recentes, como Wolverine e Hulk, não cativam o interesse do autor, pois eles não têm a coragem e a generosidade dos heróis clássicos

Meninos e gibis
Fomos uma geração de bons meninos. E acreditem: em boa parte por causa dos heróis dos quadrinhos. Éramos viciados em gibis. Nosso ideal do bem pode ser creditado ao Batman & Cia. Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação e virtude.

Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil, sem cobrar pela lição. Não era só por exigência da família, da escola ou da religião que os meninos tinham de ser bons e retos: eles queriam ser retos e bons – como os heróis.

Viviam o bem na imaginação, porque o bem era a condição do herói. A lei e a ordem eram a regra dentro da qual eles transitavam. Eram o lado certo que combatia o lado errado.

Atualmente não sei. Parei de ler gibis, só pego um ou outro da seção nostalgia. Nos anos 70 e 80, ainda surgiram heróis interessantes, mas alguns parecem cheios de ódio, como o Wolverine, ou vítimas confusas sem noção de bem e mal, como o Hulk. Complicou-se a simplicidade do bem. Na televisão, os heróis urram, gritam, destroem, torturam, estridentes como os arqui-inimigos maléficos. Não são simples e afinados com seus dons, como os heróis clássicos, são complexos, dramáticos e ambíguos, como ficou o mundo.

E a generosidade e a renúncia? Ah, os heróis antigos abriam mão de necessidades pessoais: atividades particulares, noivas, afetos, bens – tudo ficava em segundo plano. E a modéstia? Muitos tinham uma identidade secreta, não visavam ao aplauso pessoal. Longe deles a pretensão do brilho e a tentação das revistas de celebridades. E a coragem? Nada havia que os intimidasse. Não conheço ninguém assim, mas acalento a expectativa otimista de que essa generosidade um dia se manifeste não em mim (modesto de santidade e preguiçoso de ações), mas em alguém.

É difícil avaliar quanto dessas virtudes resistiu dentro de nós, mas as habilidades e os superpoderes certamente convivem conosco no campo dos sonhos e delírios.

(Ivan Angelo. https://vejasp.abril.com.br/cidades/meninos-gibis. Adaptado)

Pode-se afirmar corretamente que o autor
  • A: não acredita que seres humanos possam realizar ações corajosas, pois elas ocorrem exclusivamente no campo da ficção.
  • B: reconhece que jamais se tornaria um herói, visto que, embora seja intrépido, não possui porte físico apropriado.
  • C: alega que ter superpoderes, como ser modesto e avesso a aplausos, integra o perfil de heróis e hero- ínas atemporais.
  • D: nutre a esperança de que as qualidades que forjam um herói, como o altruísmo, sejam um dia encarna- das por alguém.
  • E: defende que os heróis dos gibis e da TV, contraria- mente aos arqui-inimigos, são indivíduos ousados e intimidadores.

Meninos e gibis
Fomos uma geração de bons meninos. E acreditem: em boa parte por causa dos heróis dos quadrinhos. Éramos viciados em gibis. Nosso ideal do bem pode ser creditado ao Batman & Cia. Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação e virtude.

Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil, sem cobrar pela lição. Não era só por exigência da família, da escola ou da religião que os meninos tinham de ser bons e retos: eles queriam ser retos e bons – como os heróis.

Viviam o bem na imaginação, porque o bem era a condição do herói. A lei e a ordem eram a regra dentro da qual eles transitavam. Eram o lado certo que combatia o lado errado.

Atualmente não sei. Parei de ler gibis, só pego um ou outro da seção nostalgia. Nos anos 70 e 80, ainda surgiram heróis interessantes, mas alguns parecem cheios de ódio, como o Wolverine, ou vítimas confusas sem noção de bem e mal, como o Hulk. Complicou-se a simplicidade do bem. Na televisão, os heróis urram, gritam, destroem, torturam, estridentes como os arqui-inimigos maléficos. Não são simples e afinados com seus dons, como os heróis clássicos, são complexos, dramáticos e ambíguos, como ficou o mundo.

E a generosidade e a renúncia? Ah, os heróis antigos abriam mão de necessidades pessoais: atividades particulares, noivas, afetos, bens – tudo ficava em segundo plano. E a modéstia? Muitos tinham uma identidade secreta, não visavam ao aplauso pessoal. Longe deles a pretensão do brilho e a tentação das revistas de celebridades. E a coragem? Nada havia que os intimidasse. Não conheço ninguém assim, mas acalento a expectativa otimista de que essa generosidade um dia se manifeste não em mim (modesto de santidade e preguiçoso de ações), mas em alguém.

É difícil avaliar quanto dessas virtudes resistiu dentro de nós, mas as habilidades e os superpoderes certamente convivem conosco no campo dos sonhos e delírios.

(Ivan Angelo. https://vejasp.abril.com.br/cidades/meninos-gibis. Adaptado)

É correto afirmar que o emprego do travessão, no segundo e no quinto parágrafos, contribui para
  • A: expor um comentário irônico.
  • B: inserir uma retificação.
  • C: estabelecer um diálogo com os leitores.
  • D: anunciar a finalidade de uma ação.
  • E: dar ênfase às ideias expostas.

Meninos e gibis
Fomos uma geração de bons meninos. E acreditem: em boa parte por causa dos heróis dos quadrinhos. Éramos viciados em gibis. Nosso ideal do bem pode ser creditado ao Batman & Cia. Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação e virtude.

Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil, sem cobrar pela lição. Não era só por exigência da família, da escola ou da religião que os meninos tinham de ser bons e retos: eles queriam ser retos e bons – como os heróis.

Viviam o bem na imaginação, porque o bem era a condição do herói. A lei e a ordem eram a regra dentro da qual eles transitavam. Eram o lado certo que combatia o lado errado.

Atualmente não sei. Parei de ler gibis, só pego um ou outro da seção nostalgia. Nos anos 70 e 80, ainda surgiram heróis interessantes, mas alguns parecem cheios de ódio, como o Wolverine, ou vítimas confusas sem noção de bem e mal, como o Hulk. Complicou-se a simplicidade do bem. Na televisão, os heróis urram, gritam, destroem, torturam, estridentes como os arqui-inimigos maléficos. Não são simples e afinados com seus dons, como os heróis clássicos, são complexos, dramáticos e ambíguos, como ficou o mundo.

E a generosidade e a renúncia? Ah, os heróis antigos abriam mão de necessidades pessoais: atividades particulares, noivas, afetos, bens – tudo ficava em segundo plano. E a modéstia? Muitos tinham uma identidade secreta, não visavam ao aplauso pessoal. Longe deles a pretensão do brilho e a tentação das revistas de celebridades. E a coragem? Nada havia que os intimidasse. Não conheço ninguém assim, mas acalento a expectativa otimista de que essa generosidade um dia se manifeste não em mim (modesto de santidade e preguiçoso de ações), mas em alguém.

É difícil avaliar quanto dessas virtudes resistiu dentro de nós, mas as habilidades e os superpoderes certamente convivem conosco no campo dos sonhos e delírios.

(Ivan Angelo. https://vejasp.abril.com.br/cidades/meninos-gibis. Adaptado)

Para que haja, respectivamente, relação de causa e de concessão entre as ideias, deve-se reescrever o trecho do primeiro parágrafo da seguinte forma: Nosso ideal do bem pode ser creditado ao Batman & Cia,
  • A: ... tanto que os heróis eram exemplo máximo de bra- vura, doação e virtude, mesmo que fossem fictícios.
  • B: ... ainda que os heróis fossem exemplo máximo de bravura, doação e virtude, à medida que eram fictí- cios.
  • C: ... uma vez que os heróis eram exemplo máximo de bravura, doação e virtude, embora fossem fictícios.
  • D: ... pois os heróis eram exemplo máximo de bravura, doação e virtude, já que eram fictícios.
  • E: ... contanto que os heróis fossem exemplo máximo de bravura, doação e virtude, por isso eram fictícios.

Meninos e gibis
Fomos uma geração de bons meninos. E acreditem: em boa parte por causa dos heróis dos quadrinhos. Éramos viciados em gibis. Nosso ideal do bem pode ser creditado ao Batman & Cia. Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação e virtude.

Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil, sem cobrar pela lição. Não era só por exigência da família, da escola ou da religião que os meninos tinham de ser bons e retos: eles queriam ser retos e bons – como os heróis.

Viviam o bem na imaginação, porque o bem era a condição do herói. A lei e a ordem eram a regra dentro da qual eles transitavam. Eram o lado certo que combatia o lado errado.

Atualmente não sei. Parei de ler gibis, só pego um ou outro da seção nostalgia. Nos anos 70 e 80, ainda surgiram heróis interessantes, mas alguns parecem cheios de ódio, como o Wolverine, ou vítimas confusas sem noção de bem e mal, como o Hulk. Complicou-se a simplicidade do bem. Na televisão, os heróis urram, gritam, destroem, torturam, estridentes como os arqui-inimigos maléficos. Não são simples e afinados com seus dons, como os heróis clássicos, são complexos, dramáticos e ambíguos, como ficou o mundo.

E a generosidade e a renúncia? Ah, os heróis antigos abriam mão de necessidades pessoais: atividades particulares, noivas, afetos, bens – tudo ficava em segundo plano. E a modéstia? Muitos tinham uma identidade secreta, não visavam ao aplauso pessoal. Longe deles a pretensão do brilho e a tentação das revistas de celebridades. E a coragem? Nada havia que os intimidasse. Não conheço ninguém assim, mas acalento a expectativa otimista de que essa generosidade um dia se manifeste não em mim (modesto de santidade e preguiçoso de ações), mas em alguém.

É difícil avaliar quanto dessas virtudes resistiu dentro de nós, mas as habilidades e os superpoderes certamente convivem conosco no campo dos sonhos e delírios.

(Ivan Angelo. https://vejasp.abril.com.br/cidades/meninos-gibis. Adaptado)

O sinal indicativo de crase está corretamente empregado no trecho do texto reescrito em:
  • A: ... em boa parte por causa dos heróis dos quadri- nhos. (1o parágrafo): em boa parte graças à atitudes excepcionais dos heróis.
  • B: ... porque o bem era a condição do herói. (3o pará- grafo): pois o bem era inerente à personalidade do herói.
  • C: Não são simples e afinados com seus dons... (4o pa- rágrafo): Não estão ajustados à toda força de que dispõem.
  • D: Longe deles a pretensão do brilho... (5o parágrafo): Recusavam-se à receber elogios.
  • E: Não conheço ninguém assim... (5o parágrafo): Não sei de ninguém igual à eles.

Meninos e gibis
Fomos uma geração de bons meninos. E acreditem: em boa parte por causa dos heróis dos quadrinhos. Éramos viciados em gibis. Nosso ideal do bem pode ser creditado ao Batman & Cia. Os heróis eram o exemplo máximo de bravura, doação e virtude.

Gibis abasteciam de ética o vasto campo da fantasia infantil, sem cobrar pela lição. Não era só por exigência da família, da escola ou da religião que os meninos tinham de ser bons e retos: eles queriam ser retos e bons – como os heróis.

Viviam o bem na imaginação, porque o bem era a condição do herói. A lei e a ordem eram a regra dentro da qual eles transitavam. Eram o lado certo que combatia o lado errado.

Atualmente não sei. Parei de ler gibis, só pego um ou outro da seção nostalgia. Nos anos 70 e 80, ainda surgiram heróis interessantes, mas alguns parecem cheios de ódio, como o Wolverine, ou vítimas confusas sem noção de bem e mal, como o Hulk. Complicou-se a simplicidade do bem. Na televisão, os heróis urram, gritam, destroem, torturam, estridentes como os arqui-inimigos maléficos. Não são simples e afinados com seus dons, como os heróis clássicos, são complexos, dramáticos e ambíguos, como ficou o mundo.

E a generosidade e a renúncia? Ah, os heróis antigos abriam mão de necessidades pessoais: atividades particulares, noivas, afetos, bens – tudo ficava em segundo plano. E a modéstia? Muitos tinham uma identidade secreta, não visavam ao aplauso pessoal. Longe deles a pretensão do brilho e a tentação das revistas de celebridades. E a coragem? Nada havia que os intimidasse. Não conheço ninguém assim, mas acalento a expectativa otimista de que essa generosidade um dia se manifeste não em mim (modesto de santidade e preguiçoso de ações), mas em alguém.

É difícil avaliar quanto dessas virtudes resistiu dentro de nós, mas as habilidades e os superpoderes certamente convivem conosco no campo dos sonhos e delírios.

(Ivan Angelo. https://vejasp.abril.com.br/cidades/meninos-gibis. Adaptado)


Considere as seguintes frases elaboradas a partir do texto.

• Adulto, o cronista parou de ler gibis e eventualmente _________ da seção nostalgia.
• O autor sabe que, as qualidades de um herói, ele não ___________.
• Nos anos 70 e 80, criaram-se heróis cheios de ódio, característica que ________ dos inimigos.

Segundo a norma-padrão de emprego e de colocação dos pronomes, as lacunas devem ser preenchidas, respectivamente, por:
  • A: pega-lhes ... as possui ... aproxima-os
  • B: lhes pega ... lhes possui ... os aproxima
  • C: pega-os ... possui-lhes ... aproxima-os
  • D: os pega ... lhes possui ... os aproxima
  • E: os pega ... as possui ... os aproxima

Assinale a alternativa que atende à norma-padrão de concordância verbal.
  • A: Ainda deve haver pessoas que, mesmo já sendo adultas, sonham com o aparecimento de novos heróis.
  • B: Os heróis que marcaram a infância do autor, para as gerações atuais, possivelmente não represente algo significativo.
  • C: Na opinião do cronista, heróis que urram, destroem, torturam e são figuras ambíguas não lhe causa comoção.
  • D: É um consenso considerar que atributos como valen- tia e doação não pode faltar a heróis que se prezem.
  • E: A renúncia a noivas, afetos e bens eram elemento fundamental na construção da identidade dos heróis clássicos

Leia a tira.
(André Dahmer. Chamam de internet. www.geekfail.net. 04.03.2015)

Assinale a alternativa em que se interpreta corretamente a tira e que está de acordo com a norma-padrão de concordância da língua portuguesa.
  • A: As pessoas não podem ser consideradas réus, pois nunca houve leis na internet.
  • B: Por estarem na internet, as pessoas julgam poderem fazerem o que bem entendem.
  • C: Internautas acreditam que a internet os isentam de culpa e que estão livres para julgar.
  • D: O julgamento emitido na internet é prática corriqueira, mas não se assumem culpas.
  • E: A existência de um lugar com juízes e sem réus desconcertam até os que já foram julgados.

O carro do Beto tinha duas portas. A do passageiro não abria, então, a rota de entrada para todos era pelo lado do motorista. O banco do motorista não levantava para quem ia sentar atrás. Acomodar três pessoas exigia uma certa ginástica. Não era o veículo ideal para uma fuga de emergência, mas era o que tínhamos e, mais que isso, era o que garantia nossa liberdade e nossas infinitas possibilidades. Com ele, São Paulo era pequena para nós.

Eu tinha 16 anos, o Beto e a Solange um pouco mais do que eu. Eu acabara de voltar de um ano de intercâmbio em uma cidade no interior dos Estados Unidos e estava achando tudo muito moderno naquela São Paulo dos anos 80. O que levei comigo e trouxe de volta foi a trilha sonora: a discografia completa da Rita Lee. O programa daquele fim de semana seria uma homenagem a ela.

Pela lista telefônica, tinha descoberto o endereço do pai dela e decidi deixar uma frase pichada no muro da casa dele na Vila Mariana. Beto e Solange toparam na hora.

Tudo aconteceria de madrugada. Eles ficariam dentro do carro com o motor ligado. Eu desceria com o spray, escreveria a frase na parede, me jogaria pela janela carro adentro, o Beto acelerava e a gente se mandava. Os medos eram muitos. E foi com o coração aos pulos de terror e emoção que escrevi no muro branco: “Rita, pra você, a agilidade do gato e o brilho da estrela”. Minha mensagem adolescente de amor por Rita Lee estava registrada para toda a cidade ver.

Trinta e sete anos depois, fui com uns amigos ver uma exposição sobre a Rita Lee. Logo na entrada do museu, uma parede pintada de azul trazia a estampa da minha frase, letra por letra (acrescentaram as letras esses no “das estrelas”). Foi como se um raio tivesse me atingido na cabeça. A sensação me pareceu ter sido a mesma de quando escrevi no muro naquela madrugada: pernas bambas, coração acelerado, mãos tremendo. A minha frase na parede do museu!

Uma das monitoras da exposição quis saber o que acontecia. Eu contei a história. Ela se espantou, já que a exposição não trazia nenhuma explicação sobre a origem daquela frase. Não me importava: ela era minha e estava lá. Deparei-me outras vezes com o meu grafite. O dia do museu, porém, foi o mais emocionante. Não era só uma menção, era uma reprodução.

(Ana Ribeiro. Frase que pichei para Rita Lee reapareceu 37 anos depois em exposição. www1.folha.uol.com.br, 19.02.2022. Adaptado)

Assinale a alternativa que apresenta informação correta quanto ao que se afirma no texto.
  • A: A autora do texto satisfazia-se em saber que seu feito teve relevo na biografia da artista, não fazendo questão de reclamar autoria.
  • B: A transcrição fiel na parede do museu demonstrava que a frase pichada no muro ficou marcada na biografia da cantora.
  • C: A incredulidade dos amigos ao verem na exposição a pichação de que, indiretamente, participaram contagiou a autora do texto.
  • D: Entre os muitos programas que os três amigos faziam, levados pelo carro, estava o de reverenciar a artista, visitando sua exposição.
  • E: O gosto da autora do texto por Rita Lee cresceu devido à monotonia de uma cidade do interior dos Estados Unidos que lhe forçava a escutar a cantora.

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