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Foram encontradas 24771 questões.
Nas frases a seguir, alguns termos foram substituídos.
Assinale a opção em que ocorreu uma substituição a fim de dar
um caráter pejorativo à frase.
  • A: Ficar orgulhoso com o conhecimento é ficar cego com a luz / saber.
  • B: A tristeza é um muro entre dois jardins / uma separação.
  • C: Quem canta seus males espanta / afasta.
  • D: A ambição faz mais escravos fiéis do que a necessidade / a ganância.

As opções a seguir apresentam parônimos, palavras com
semelhança formal, mas de distintos significados.
Assinale a opção que não apresenta parônimos.
  • A: enfarte / enfarto.
  • B: previdência / providência.
  • C: soar / suar.
  • D: retificar / ratificar.

As opções a seguir apresentam frases de Machado de Assis em
que os termos sublinhados pertencem à mesma família de
palavras, à exceção de uma . Assinale-a.
  • A: Cada estação da vida é uma edição que corrige a anterior, e que será corrigida também até a edição definitiva, que o editor dá de graça aos vermes.
  • B: Tempo virá em que a luz não iluminará mais nossos lares, mas somente as ruas.
  • C: Começar uma coisa pelo fim, pode não ser o melhor modo de findar bem, mas é, com certeza, o melhor modo de acabar depressa.
  • D: Não há novidade nos enterros. Daí o provável tédio dos coveiros, abrindo e fechando covas todos os dias.

Assinale a frase em que não
ocorre traço de reificação do ser
humano (tratamento do ser humano como coisa).
  • A: Andava arrastando as sandálias pelo chão.
  • B: Aquela ligação amorosa já era uma página virada.
  • C: Com a morte do pai, ficou desconectado do mundo.
  • D: Os escravos viajavam empilhados nos porões dos navios.

Em muitas frases há a presença de termos preposicionados.
Assinale a frase em que a substituição do termo sublinhado por
uma só palavra foi feita de forma adequada, mantendo-se o
sentido original da frase.
  • A: Na abastança é impossível compreender as lutas da miséria. / Na abastança é impossível que se compreendam as lutas miseráveis.
  • B: O dinheiro que compra o pão dos pobres comprou antes o divertimento dos abastados. / O dinheiro que compra o pão dos pobres comprou antes o divertimento abastado.
  • C: Penso que o homem gordo não faz revolução. O abdome é naturalmente amigo da ordem; o estômago pode destruir um império, mas há de ser antes do jantar. / O abdome é naturalmente amigo ordenado.
  • D: É uma coisa santa a democracia – não a democracia do papel e da palavra –, mas a democracia praticada honestamente, regularmente, sinceramente. / É uma coisa santa a democracia – não a democracia do papel e verbal.

Em muitas frases há a presença de termos que equivalem a
orações.
Assinale a frase em que a substituição do termo sublinhado por
uma oração equivalente foi feita de forma adequada, mantendose o sentido original da frase.
  • A: Na abastança é impossível compreender as lutas da miséria. / Na abastança é impossível que se compreendam as lutas dos que estão em situação miserável.
  • B: Nada se deve aos dementes e aos enamorados / Nada se deve aos que sentem a loucura do amor.
  • C: O dinheiro que compra o pão dos pobres comprou antes o divertimento dos abastados. / O dinheiro que compra o pão dos pobres comprou antes o divertimento dos que desfrutam da riqueza.
  • D: O dinheiro que compra o pão dos pobres comprou antes o divertimento dos abastados. / O dinheiro que compra o pão para os que vivem na pobreza comprou antes o divertimento dos abastados.

As frases a seguir exemplificam o campo semântico da religião,
à exceção de uma. Assinale-a.
  • A: “Tudo vale a pena quando a alma não é pequena”. (F. Pessoa)
  • B: “Um santo é um pecador morto, corrigido e aumentado”. (Ambrose Pierce)
  • C: “Vou-lhe dizer um grande segredo, meu caro. Não espere o juízo final. Ele se realiza todos os dias”. (Camus)
  • D: “O diabo quis ser monge. Logo depois ficou bom e voltou a ser diabo”. (Rabelais)

O Conselheiro Vale morreu às 7 horas da noite de 25 de abril de
1859. Morreu de apoplexia fulminante, pouco depois de cochilar a
sesta, — segundo costumava dizer, — e quando se preparava a ir
jogar a usual partida de voltarete em casa de um desembargador,
seu amigo. O Dr. Camargo, chamado à pressa, nem chegou a
tempo de empregar os recursos da ciência; o Padre Melchior não
pôde dar-lhe as consolações da religião: a morte fora
instantânea.

Esse segmento marca o início do romance Helena, obra de
Machado de Assis pertencente ao estilo de época do
  • A: Romantismo.
  • B: Realismo.
  • C: Naturalismo.
  • D: Modernismo.

O Conselheiro Vale morreu às 7 horas da noite de 25 de abril de
1859
. Morreu de apoplexia fulminante, pouco depois de cochilar a
sesta, — segundo costumava dizer, — e quando se preparava a ir
jogar a usual partida de voltarete em casa de um desembargador,
seu amigo. O Dr. Camargo, chamado à pressa, nem chegou a
tempo de empregar os recursos da ciência; o Padre Melchior não
pôde dar-lhe as consolações da religião: a morte fora
instantânea.

Assinale o termo a seguir que exerce função sintática diferente
da dos demais.
  • A: às 7 horas da noite.
  • B: de 25 de abril de 1859.
  • C: de apoplexia fulminante.
  • D: em casa de um desembargador.

Brasileiro, Homem do Amanhã

(Paulo Mendes Campos)

Há em nosso povo duas constantes que nos induzem a sustentar que o Brasil é o único país brasileiro de todo o mundo. Brasileiro até demais. Colunas da brasilidade, as duas colunas são: a capacidade de dar um jeito; a capacidade de adiar.

A primeira é ainda escassamente conhecida, e nada compreendida, no Exterior; a segunda, no entanto, já anda bastante divulgada lá fora, sem que, direta ou sistematicamente, o corpo diplomático contribua para isso.

Aquilo que Oscar Wilde e Mark Twain diziam apenas por humorismo (nunca se fazer amanhã aquilo que se pode fazer depois de amanhã), não é no Brasil uma deliberada norma de conduta, uma diretriz fundamental. Não, é mais, é bem mais forte do que qualquer princípio da vontade: é um instinto inelutável, uma força espontânea da estranha e surpreendente raça brasileira.

Para o brasileiro, os atos fundamentais da existência são: nascimento, reprodução, procrastinação e morte (esta última, se possível, também adiada).

Adiamos em virtude dum verdadeiro e inevitável estímulo inibitório, do mesmo modo que protegemos os olhos com a mão ao surgir na nossa frente um foco luminoso intenso. A coisa deu em reflexo condicionado: proposto qualquer problema a um brasileiro, ele reage de pronto com as palavras: logo à tarde, só à noite; amanhã; segunda-feira; depois do Carnaval; no ano que vem. Adiamos tudo: o bem e o mal, o bom e o mau, que não se confundem, mas tantas vezes se desemparelham. Adiamos o trabalho, o encontro, o almoço, o telefonema, o dentista, o dentista nos adia, a conversa séria, o pagamento do imposto de renda, as férias, a reforma agrária, o seguro de vida, o exame médico, a visita de pêsames, o conserto do automóvel, o concerto de Beethoven, o túnel para Niterói, a festa de aniversário da criança, as relações com a China, tudo. Até o amor. Só a morte e a promissória são mais ou menos pontuais entre nós. Mesmo assim, há remédio para a promissória: o adiamento bi ou trimestral da reforma, uma instituição sacrossanta no Brasil.

Quanto à morte não devem ser esquecidos dois poemas típicos do Romantismo: na Canção do Exílio, Gonçalves Dias roga a Deus não permitir que morra sem que volte para lá, isto é, para cá. Já Álvares de Azevedo tem aquele famoso poema cujo refrão é sintomaticamente brasileiro: “Se eu morresse amanhã!”. Como se vê, nem os românticos aceitavam morrer hoje, postulando a Deus prazos mais confortáveis.

Sim, adiamos por força dum incoercível destino nacional, do mesmo modo que, por obra do fado, o francês poupa dinheiro, o inglês confia no Times, o português adora bacalhau, o alemão trabalha com um furor disciplinado, o espanhol se excita com a morte, o japonês esconde o pensamento, o americano escolhe sempre a gravata mais colorida.

O brasileiro adia, logo existe.

A divulgação dessa nossa capacidade autóctone para a incessante delonga transpõe as fronteiras e o Atlântico. A verdade é que já está nos manuais. Ainda há pouco, lendo um livro francês sobre o Brasil, incluído numa coleção quase didática de viagens, encontrei no fim do volume algumas informações essenciais sobre nós e sobre a nossa terra. Entre poucos endereços de embaixadas e consulados, estatísticas, indicações culinárias, o autor intercalou o seguinte tópico:

Palavras

Hier: ontem
Aujourd’hui: hoje
Demain: amanhã A única palavra importante é “amanhã”.
Ora, este francês astuto agarrou-nos pela perna. O resto eu adio para a semana que vem.


Sobre a organização desse texto, pode-se afirmar que sua
estrutura:
  • A: se organiza a partir das duas marcas de brasilidade apontadas, embora somente uma delas seja explorada de forma sociologicamente séria;
  • B: destaca, entre outras, duas marcas do brasileiro moderno, valorizando mesmo os aspectos negativos nelas contidos;
  • C: cita, no título da crônica, uma marca de nossa brasilidade, que é indicada como a marca exclusiva de nosso modo de ver a vida;
  • D: alude a duas marcas de brasilidade, mas destaca apenas uma delas, por ser aquela que faz parte de nossos movimentos literários;
  • E: concentra atenção numa das duas marcas apontadas inicialmente, atribuindo à outra extensão textual e importância reduzida.

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