Questões

Comentário: A alternativa (A) está errada, pois "inseridos nela" sugere que as pessoas são parte da alta sociedade, porém a oração adjetiva "que não participam dela" sugere o contrário.

            A alternativa (B) está errada, pois "que não têm valor" sugere falta de qualidades ou méritos, isto é, os amigos são conhecidos por não terem valor; já o adjetivo "desvalorizados" implica uma perda de valor percebida ou atribuída por alguém, isto é, tais amigos foram desvalorizados por alguém.

            A alternativa (C) está errada, pois, no trecho original, "cada um é responsável pela cara que mostra", a oração "que mostra" coloca ênfase na responsabilidade pessoal sobre as expressões e comportamentos que uma pessoa escolhe ativamente exibir.

             Em contraste, "cara demonstrada" pode sugerir que essas expressões são mais resultado de circunstâncias ou de uma revelação natural do caráter, o que dilui um pouco a ideia de responsabilidade direta e consciente sobre o que é expressado.

              Portanto, a substituição por "demonstrada" altera o sentido de controle e intenção que está presente na frase original.

            A alternativa (D) está errada. O adjetivo "desajuizado" até tem o mesmo sentido da oração adjetiva “que não tem juízo”. Porém, observe que o pronome “o” deve retomar o substantivo “juízo” que se encontra na oração adjetiva. Assim, a troca pelo adjetivo “desajuizado” prejudica a coesão pois exclui o referente “juízo”. Compare e note o erro:

Velho que não tem juízo nunca o teve.

Velho desajuizado nunca o teve. (Nunca teve o quê?)

            A alternativa (E) é a correta, pois uma casa que está ao lado da tua está próxima à tua. O fato de o trecho original transmitir a relação de lateralidade (está ao lado da tua) e o substituto não transmitir lateralidade, mas proximidade (próxima à tua), muda o sentido original, mas não prejudica a coesão e a coerência, justamente porque o substituto transmite um sentido mais general.

Gabarito: E

Comentário: Na alternativa (A), só cabe a concordância do particípio “Dadas” com o substantivo “circunstâncias”. Confirme:

Dadas as circunstâncias, farei uma denúncia à polícia.

            Na alternativa (B), o pronome relativo “que” ocupa a função de sujeito e retoma “mudanças”, por isso só cabe o predicativo plural “indispensáveis”. Confirme:

Faça as mudanças que forem indispensáveis.

            Na alternativa (C), só cabe a concordância do particípio “Postas” com o substantivo “alegações”. Confirme:

Postas de lado essas alegações, tudo está correto.

            Na alternativa (D), só cabe a concordância do particípio “Atendidas” com o substantivo “reclamações”. Confirme:

Atendidas as reclamações do cliente, tudo ficou tranquilo.

            Na alternativa (E), o verbo de ligação “serem” só pode concordar com o sujeito “os decretos”. Além disso, há aqui concordância verbal, e não nominal, como pede a questão. Confirme:

Verificado serem inúteis os decretos, tudo se arranjou.

            Assim, analisando todas as orações e estritamente o comando da questão, notamos que não cabe dupla possibilidade de flexão de nenhuma palavra sublinhada.

            Para que a alternativa (B) realmente seja a correta, como a banca sugere, só cabe a interpretação de que o adjetivo “indispensáveis” tem dois referentes, isto é, o seu sujeito literal (o pronome relativo “que”) e o termo que esse pronome retoma (o substantivo mudanças).

            Mas, sinceramente, o comando da questão não leva a essa interpretação. A questão foi mal formulada e prejudicou o candidato.

Gabarito: B

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois “todas” concorda com “ideias”. Entende-se que todas as minhas ideias de ouro perderam todas a cor e o metal. Sintaticamente, a fim de ressaltar a totalidade e pela distância entre “todas” e o núcleo do sujeito “ideias”, esse pronome indefinido ocupa a função de predicativo do sujeito dentro de um predicado verbo-nominal.

            Assim, “As minhas ideias de ouro” é o sujeito, “perderam” é verbo transitivo direto, “todas” é o predicativo do sujeito dentro do predicado verbo-nominal e “a cor e o metal” é o objeto direto composto. Confirme:

As minhas ideias de ouro perderam todas a cor e o metal...

            A alternativa (B) está correta, pois o adjunto adverbial “em todos os instantes” é constituído do núcleo “instantes” e dos adjuntos adnominais “todos” e “os”, os quais concordam com esse núcleo.

            A alternativa (C) é a errada, pois o aposto explicativo “uma graça todo sua” é constituído do núcleo “graça” e dos adjuntos adnominais “uma”, “todo” e “sua”, os quais devem flexionar-se conforme o núcleo: uma graça toda sua.

            A alternativa (D) está correta, pois o termo “toda aquela união” é constituído do núcleo “união” e dos adjuntos adnominais “toda” e “aquela”, os quais concordam com o núcleo.

            A alternativa (E) está correta, pois o termo “a todo-poderosa Escritura” é constituído do núcleo “Escritura” e dos adjuntos adnominais “a” e “todo-poderosa”, os quais concordam com o núcleo. É natural no adjetivo composto o primeiro termo não se flexionar, como ocorre com “todo-poderosa”.

Gabarito: C

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois o adjetivo “quite” ocupa a função de predicativo e concorda com o sujeito “ela”.

            A alternativa (B) está correta, pois, na oração “Anexos a esta carta vão os documentos necessários”, o termo “os documentos necessários” é o sujeito, “vão” é verbo intransitivo, “Anexos” é o adjetivo na função de predicativo do sujeito dentro de um predicado verbo-nominal, “a esta carta” é o complemento nominal. Assim, o predicativo concorda com o sujeito.

            A alternativa (C) está correta, pois “baratas” é o adjetivo na função de predicativo do sujeito “Essas coisas”, com o qual tal adjetivo concorda.

            A alternativa (D) está correta, pois “pouca” é pronome indefinido na função de predicativo, o qual concorda com o sujeito “Toda a coragem”.

            A alternativa (E) é a errada, pois o pronome indefinido “Qualquer” ocupa a função de predicativo do sujeito “as razões” e deve concordar com ele: Quaisquer que sejam as razões.

Gabarito: E

Comentário: Na alternativa (A), o verbo “manter” é transitivo direto e impessoal, isto é, não se refere a um sujeito. Assim, o termo “O estilo” fica subentendido como objeto direto e o adjetivo “brilhante” é o predicativo do objeto direto. Confirme:

O estilo, como as unhas, é mais fácil de manter brilhante do que limpo.

            Na alternativa (B), “que” é sujeito, “é” é verbo de ligação, “chique” é o predicativo do sujeito. Confirme:

Brega é perguntar o que é chique; chique é não responder.

            Na alternativa (C), “Você” é o sujeito, “é” é verbo de ligação e “bom” é o predicativo do sujeito. Confirme:

Você é tão bom quanto seu último corte de cabelo.

            Na alternativa (D), “Quem” é o sujeito, “é” é verbo de ligação e “calvo” é o predicativo do sujeito. Confirme:

Quem é calvo por natureza em tempo nenhum recupera o cabelo.

            A alternativa (E) é a que deve ser marcada, pois “o belo porte” é o sujeito do verbo “torna-se”. Confirme:

Quando todo mundo é corcunda, o belo porte torna-se uma monstruosidade.

Gabarito: E

Comentário: A grafia das palavras é “recorde”, “tórax”, “recém”, “refém”, “gratuito”, “difícil”, “saúva”, “hifens”, “Nobel”, “grácil”.

            Assim, a alternativa (B) é a correta.

Gabarito: B

Comentário: A preposição que transmite o valor de matéria faz subentender a expressão “de que é feito”. Nesta questão há alternativas com mais de uma preposição “de”. Assim, vale observar a alternativa que não apresenta nenhuma ocorrência da preposição “de” com valor de matéria.

            Na alternativa (A), a preposição "de" em "árvore de ouro" expressa matéria, indicando de que a árvore é feita, ou seja, de ouro. Confirme:

Todas as especulações são cinza, meu amigo, mas a árvore de ouro da vida é eternamente verde.

            Na alternativa (B), a preposição "de" em "selva de concreto" também expressa matéria, significando que a selva é feita de concreto. Confirme:

A cidade não é uma selva de concreto; é um zoológico humano.

            Na alternativa (C), a primeira ocorrência da preposição "de" em "de pedra" expressa matéria, significando que as estátuas são feitas de pedra. Confirme:

Somos estátuas de pedra, e corre por aí um intenso rumor de que alguns de nós vamos ganhar vida.

            A alternativa (D) é a que deve ser marcada, pois a preposição "de" em "pavão de hoje" e "espanador de amanhã" não indica matéria, mas tempo, especificando a época a que se referem o pavão e o espanador. Confirme:

O pavão de hoje é o espanador de amanhã.

            Na alternativa (E), a preposição “de” em “pão de trigo” transmite sentido de matéria, pois se entende que o pão é feito de trigo. Confirme:

Nem só de pão de trigo vive o homem. Vive de pão e crédito.

Gabarito: D

Comentário: A alternativa (A) é a correta, pois, no primeiro período do texto, o autor menciona que dizer as coisas como elas realmente são pode tornar-se incômodo, indicando que a verdade pode ser desconfortável para quem a declara.

            A alternativa (B) está errada, pois extrapola a informação do texto. O autor não descreve a verdade como "uma questão mágica". Além disso, o texto sugere que a verdade é particularmente problemática no plano político, o que contradiz a ideia de ser uma exceção.

            A alternativa (C) está errada, pois contrapõe as informações do texto. O autor afirma explicitamente que "definir a verdade é simples, pô-la em prática é difícil". Portanto, o texto defende que praticar a verdade não é fácil, contrariando a afirmação desta alternativa.

            A alternativa (D) está errada, pois, embora o texto discuta a complexidade da verdade no contexto político, não menciona especificamente que ela tem "uma dimensão desconhecida".

            A alternativa (E) está errada, pois o autor cita um ditado romano sobre a esposa de César, que, além de ser virtuosa, deve parecer virtuosa, o que implica a importância da percepção além da realidade. O texto não afirma que a noção de verdade era impraticável, mas sim que a aparência também importa.

Gabarito: A

Comentário: A alternativa (A) está correta, pois, durante o inverno, é comum que as portas e as janelas fiquem fechadas para manter o ambiente aquecido e proteger contra o frio. Assim, a inferência de que é inverno é apropriada para a descrição dada.

            A alternativa (B) está correta, pois a menção a lojas cheias de chocolate sugere uma época do ano em que o consumo de chocolate é notavelmente alto, o que ocorre na Páscoa.

            A alternativa (C) está correta, pois a presença de fantasias tradicionais nas vitrines está diretamente associada ao Carnaval, uma época conhecida por seu uso extensivo de fantasias em festas e desfiles.

            A alternativa (D) é a inadequada, pois normalmente associamos a presença de muitas folhas mortas sobre a grama com o outono, a estação em que as folhas das árvores caem. A primavera é caracterizada pelo renascimento e florescimento da vegetação, não pela queda de folhas.

            A alternativa (E) está correta, pois treinar cedo pela manhã para evitar o calor intenso do dia é uma prática comum no verão, quando as temperaturas são mais altas.

Gabarito: D

Comentário: A questão pede a alternativa que apresenta a substituição do verbo TER por outro verbo de valor equivalente e mais específico, mais preciso.

         A alternativa (A) está errada, pois a troca de “ter cuidado” por “mostrar cuidado” não torna o trecho mais adequado ou específico. Na realidade, muda a informação de atenção a alguma coisa para demonstração aos outros de tal atenção. Compare:

Recomendo-te que tenhas cuidado com os minutos, de vez que as horas cuidarão de si mesmas.

Recomendo que mostres cuidado com os minutos, de vez que as horas cuidarão de si mesmas.

Seria mais preciso assim:

Recomendo que atentes aos minutos, de vez que as horas cuidarão de si mesmas.

        A alternativa (B) é a correta, pois "dispor" especifica a ideia de ter disponibilidade ou controle sobre o tempo, o que é uma substituição adequada e mais específica. Compare:

Quanto menos tempo se tem, mais tempo se encontra.

De quanto menos tempo se dispõe, mais tempo se encontra.

        A alternativa (C) está errada, pois "desfrutar" implica prazer ou aproveitamento, o que não se encaixa no contexto de um "parto difícil". Compare:

O tempo pode ter um parto difícil, mas não aborta nunca.

O tempo pode desfrutar de um parto difícil, mas não aborta nunca.

Seria mais preciso assim:

O tempo pode passar por um parto difícil, mas não aborta nunca.

        A alternativa (D) está errada, pois a frase original quer expressar a ideia de que não há uma rigidez ou um padrão fixo estabelecido para as refeições. A troca pelo verbo “regulamentar-se” muda o sentido original, pois dá uma noção de inserção de diretrizes a si mesmo, sem envolver a “hora fixa”. Uma substituição mais apropriada poderia ser "estabelece", "define". Compare:

O mundo pertence a quem não tem hora fixa para as refeições.

O mundo pertence a quem não se regulamente para as refeições."

Seria mais preciso assim:

O mundo pertence a quem não estabelece hora fixa para as refeições."

        A alternativa (E) está errada, pois o verbo "ganhar", no contexto proposto, não se ajusta bem à ideia de perder interesse ou curiosidade. Ganhar implica um acréscimo ou aumento, o que contradiz a dinâmica expressa na frase original de uma relação inversamente proporcional entre o tempo disponível para práticas e o nível de curiosidade. Assim, o uso de "ganho" muda o sentido da frase de uma maneira que não reflete a relação causal original, que indica diminuição de interesse com a diminuição de tempo. Compare:

À medida que tenho menos tempo para praticar as coisas, menos curiosidade tenho por aprendê-las.

À medida que tenho menos tempo para praticar as coisas, menos curiosidade ganho por aprendê-las.

        Uma substituição apropriada poderia ser "sinto", mantendo a frase alinhada ao sentido original de experiência pessoal de curiosidade:

À medida que tenho menos tempo para praticar as coisas, menos curiosidade sinto por aprendê-las.

Gabarito: B